Aquecimento global pode matar mais de 30% dos lagartos europeus

Os lagartos podem desaparecer de algumas partes da Europa durante o próximo século devido ao aquecimento global, que perturba os seus hábitos de ciclo de vida e reprodução, informaram investigadores. Cerca de 30% da população atual poderá extinguir-se, especialmente nas faixas do sul do território europeu, segundo o estudo publicado na revista PLOS Biology.

“Embora estes resultados possam parecer dramáticos, não prevemos a extinção de lagartos comuns na escala das espécies, mas sugerimos que as populações na borda sul da sua área de distribuição podem estar sujeitas a um clima mais quente”, disse o co-autor do estudo Julien Cote, biólogo do Laboratório Evolução e Diversidade Biológica da França.

Os cientistas estudaram como os lagartos (Zootoca vivipara) reagiam mantidos por um ano num espaço fechado a dois graus Celsius a mais sobre a quantidade de aquecimento esperado para a Terra nos próximos cem anos.

O clima mais quente levou a um crescimento mais rápido entre os lagartos jovens e um início mais cedo do que o normal do processo de reprodução. No entanto, também foi associado à morte precoce entre os lagartos adultos, “o que deve pôr em perigo a sobrevivência da população”, explicou a co-autora Elvire Bestion, investigadora associada da Exeter University da Grã-Bretanha. Os investigadores previram, ainda, que “o acréscimo de mortalidade adulta levaria a taxas de crescimento populacional menores e, finalmente, à rápida extinção da população em cerca de 20 anos”.

No entanto, ainda não está claro como as espécies se adaptariam em condições da vida real.