Área ardida em Portugal terá redução drástica se houver prevenção de incêndios

Portugal é o país do mundo onde uma aposta na prevenção dos fogos florestais daria mais retorno, com uma redução drástica da área ardida. Esta é uma das conclusões de um estudo internacional coordenado, em Portugal, pelo investigador do  Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e especialista em incêndios, Paulo Fernandes.

 

“Uma intervenção na vegetação para prevenir um incêndio, num único hectare, em Portugal, reduz um hectare queimado no futuro. Pode parecer trivial, como uma substituição, mas é um valor muito alto. Por exemplo, na Austrália, na floresta de eucalipto, é preciso intervir em três ou quatro hectares para reduzir a área ardida por incêndio num hectare”, elucida o investigador do CITAB.
O estudo abrangeu dez áreas com diferente clima e vegetação em Portugal, Espanha, Estados Unidos da América, Canadá, África do Sul e Austrália e “é bastante representativo das regiões do mundo mais problemáticas em termos de incêndios”, refere o perito. Segundo a investigação, a área que arde dentro das fronteiras nacionais é muito mais determinada pelo passado do que qualquer outra região em análise. “O teste às medidas de prevenção dá-se quando um incêndio encontra uma área convenientemente tratada. Quanto maior for a área ardida, maior é a probabilidade de tais encontros acontecerem mas, em Portugal, a redução de área ardida causada pela intervenção é superior à que seria de esperar”, concluiu Paulo Fernandes.