Cecil projectado em Nova Iorque

O Cecil, abatido ilegalmente no início de julho, foi ontem homenageado em Nova Iorque através de uma projecção na fachada do Empire State Building. A face sul do Empire State Building foi a tela de um vídeo de oito minutos destinado a alertar para a necessidade de proteger espécies em vias de extinção.

Repercussões da morte do leão Cecil,  já levaram a uma petição pública nos Estados Unidos para a extradição do dentista Walter Palmer. Depois da fúria generalizada que causou a morte do leão Cecil, abatido numa caçada ilegal no Zimbabwe por um dentista do Minnesota, Estados Unidos, a novela das caçadas aos leões e das suas repercussões mediáticas e na justiça e no turismo daquele país africano, está longe de um desfecho, com notícias e contranotícias a baralhar os acontecimentos, faz alusão o Jornal de Notícias.

Quanto ao leão Jericho, irmão de Cecil, que tinha sido dado como morto por abate ilegal, afinal está vivo. No entanto, um segundo caso de uma caçada ilegal que envolve outro cidadão norte-americano foi também ontem anunciado pelo Zimbabwe que decidiu, entretanto, interditar por um prazo indefinido a caça aos leões no seu território. A notícia da morte de Jericho, também do Parque Nacional de Hwange, que teria sido abatido por caçadores ilegais, havia sido avançada no sábado pela organização não-governamental de conservação Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF). A organização colocou na sua página de Facebook um pequeno texto anunciando a morte de Jericho. “Foi com grande indignação e tristeza que acabámos de ser informados que Jericho, o irmão de Cecil, foi morto hoje [sábado] às quatro da tarde. Estamos absolutamente devastados”, escreveram os responsáveis da organização, citados numa notícia da Reuters. Afinal, a informação era errada e o próprio parque desmentiu-a. Ouvido pela Reuters, Brent Stapelkamp, um dos biólogos que trabalham no terreno no projeto dos leões do parque, e que monitoriza os dados de GPS dos animais que estão a ser seguidos no terreno, afirmou que “ele [Jericho] aparenta estar vivo e bem, tanto quanto posso ver pela sua movimentação”. No monitor através do qual o biólogo segue o rasto de Jericho, tudo parece portanto em ordem, com o GPS a mostrar as suas deambulações habituais no terreno sem alterações a assinalar. “Ele parece ter uma fêmea”, sublinhou Brent Stapelkamp.

Embora falso, como se verificou, o anúncio da ZCTF teve, no entanto, o efeito de avivar a indignação dos internautas nas redes sociais, que voltaram a invetivar Walter Palmer, o dentista do Minesotta que no início da semana passada admitiu em comunicado ter sido o causador da morte de Cecil. Nesta altura corre uma petição pública nos Estados Unidos para que Palmer, cujo paradeiro é nesta altura desconhecido, seja extraditado para o Zimbabwe, para ali prestar contas à justiça.

A petição vai, aliás, ao encontro das pretensões das autoridades do Zimbabwe que já anunciaram o pedido de extradição de Palmer, para que ele possa ser julgado naquele país africano.

Ontem, um porta-voz da Casa Branca afirmou que a petição será tida em consideração se atingir o número de cem mil subscritores. Essa apreciação é obrigatória por lei, quando uma petição pública congrega esse número de assinaturas. A Casa Branca, porém, sublinha que só ao Departamento de Justiça cabe dar uma resposta sobre um pedido de extradição.

A identidade do segundo cidadão norte-americano que está a ser acusado de ter matado ilegalmente um leão no Zimbabwe, no seu caso em abril, não foi revelada.