Centenas de portugueses ajudam a construir a maior barragem de Angola

Perto de 300 trabalhadores portugueses estão envolvidos na construção da maior barragem de Angola, em Laúca, no rio Kwanza, mas a obra faz-se em português também com milhares de operários angolanos e brasileiros.

O aproveitamento hidroelétrico de Laúca vai produzir, a partir de 2017, cerca de 2.070 megawatts (MW) de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens já em funcionamento no mesmo rio, mas ainda insuficiente para as necessidades do país.

Localizada no município de Cambambe, na província do Cuanza Norte, a barragem foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) aos brasileiros da Odebrecht, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, para vir a servir cinco milhões de pessoas.

A construção está já acima dos 46% de concretização, com um volume de um milhão de metros cúbicos de betão compactado com cilindro já utilizados, de um total de 2,6 milhões previstos. Só em betão envolverá o equivalente à construção de 40 estádios de futebol, 2.800 casas ou 465 edifícios de oito pisos, explica a Odebrecht. A implementação dos seis geradores que vão produzir eletricidade implicou a construção de outros tantos túneis subterrâneos numa extensão total de 12 quilómetros, além de um desvio do rio Kwanza.

De acordo com Manuel Cai, responsável de produção na Odebrecht, a obra avança já a um ritmo de 150 mil metros cúbicos de betão compactado por mês e a formação da mão-de-obra angolana é outro ganho da empreitada. “É uma obra imponente, gigantesca, da qual fazem parte muitos jovens angolanos. São 56 jovens universitários, grande parte saídos diretamente das universidades para o seu primeiro emprego e 24 líderes operando como responsáveis pelo programa”, aponta o engenheiro angolano.

Esta construção envolverá 30.000 toneladas de aço nas montagens eletromecânicas, o equivalente à construção de cinco torres Eiffel, além de 22.000 toneladas de cimento por mês. Depois de concluída, só o enchimento da albufeira com a água do Kwanza levará quatro meses.