Dados e informação no cérebro das cidades inteligentes

Na energia, na mobilidade, ou na gestão de serviços, não há projetos de ‘smart cities’ que não incluam sensores e bases de apoio à decisão. Algumas cidades portuguesas, com Lisboa e Porto à cabeça, estão a ganhar uma infraestrutura quase invisível: uma rede de sensores ao serviço da revolução urbana, noticia hoje o Público.

Um melhor auto-conhecimento ajuda a tomar melhores decisões no dia a dia, e o mesmo se aplica às cidades, nas quais, a pressão para um uso mais eficiente e mais sustentável dos recursos, exige que no processo de decisão exista informação credível e atualizada. Para a gestão de um sistema de recolha de lixo, de pouco adianta saber-se que, estatisticamente, os habitantes de uma dada localidade produzem uma dada quantidade de resíduos por dia. Mais útil será, por exemplo, ter num computador, um mapa atualizado dos contentores que acabaram de encher, e deste modo, desenhar-se as rotas dos camiões em função disso, poupando milhares de euros. Os sensores, e a informação processada a partir de redes de dados, tornam isso possível.

O tema dos dados – e a sua disponibilização ao público – tem sido constante, com cada vez mais espaço de discussão. Nos resíduos, na água, na energia e na mobilidade, cada vez mais as cidades estão pressionadas a reduzir a sua pegada ecológica, e a transformação em informação desses dados, gerados por uma teia capilar de pequenos aparelhos, é assumida como uma ferramenta indispensável para alcançar a mudança.

A tendência atual é que sejam os sensores instalados nas cidades que recolha as maiores quantidades de dados, apesar de outros meios de recolha, como as redes sociais e os ‘call centers’, puderem ser usados.

Em Lisboa, os dados vão ser fornecidos pelos transportes, contadores de eletricidade e produtores de energia renovável. Tal como já aconteceu num projeto-piloto no Porto, na iluminação LED, vão ser colocados sensores de qualidade do ar, de meteorologia, de ruído e wi-fi, como explicou em Barcelona, Francisco Rodrigues, gestor de projeto da Lisboa E-Nova, a agência municipal de energia e ambiente.