ESGRA considera essencial rever metas dos SGRU para recolha seletiva

Para Paulo Praça, presidente da direção da ESGRA – Associação de Empresas Gestoras de Sistemas de Resíduos, “o sucesso da estratégia nacional espelhada no PERSU 2020 começa nos SGRU”. Esta foi uma das conclusões apresentada pelo presidente da associação que cobre 40 mil km2 (46% do total nacional), uma população de três milhões de habitantes (31% do total nacional) e um valor total de 1.400.000 toneladas/ ano de resíduos. No painel sobre “PAPERSU – Planos de Ação das Entidades Gestoras para o cumprimento do PERSU 2020”, integrado no seminário da APEMETA sobre Gestão de Resíduos Urbanos e Industriais, que teve lugar esta semana, em Lisboa, o orador foi claro ao defender que deve o PERSU 2020 deve ser revisto, em particular as metas dos SGRU (SIStemas de Gestão de Resíduos Urbanos) para a recolha seletiva.

“Não somos contra as metas, apenas discordámos da distribuição das metas sistema a sistema”, clarificou Paulo Praça, que lembrou que é também fundamental envolver todos os atores na promoção da recolha seletiva. Além disso, a ESGRA defende ainda que não se devem impor metas ao SGRU “que, desfadas da realidade”, se tornem inalcançáveis”.

Outros três contributos para o PERSU 2020 passam pela definição de uma política objetiva para os rejeitados e/ ou CDR (Combustíveis Derivados de Resíduos), com a possibilidade de apoio financeiro do POSEUR, pela promoção de uma “efetiva integração de ‘alta’ e ‘baixa’ nos SGRU” e ainda por uma política de educação e sensibilização ambiental.

Paulo Praça destacou três grandes linhas das candidaturas ao POSEUR, em consonância com o PERSU 2020 e os PAPERSUs. São elas a melhoria e otimização da recolha seletiva e triagem multimaterial, melhoria da eficiência das UTMB (unidades de tratamento mecânico e biológico) em alguns casos pontuais e, aliado a isso, “também campanhas de sensibiliação e educação ambiental”.

No que diz respeito à melhoria e otimização da recolha seletiva e da triagem multimaterial, o presidente da ESGRA destaca o reforço da rede de recolha seletiva multimaterial, a aquisição e colocação de ecopontos (de superfície e subterrâneos), a aquisição de viaturas de recolha, a otimização da recolha seletiva, a recolha seletiva porta-a-porta que, em alguns casos, pode ser uma boa opção mas deve ser “devidamente avaliada e ponderada”, os projetos-piloto PAYT que estão a ser desenvolvidos e a otimização e novos centros de triagem.

Neste momento, Paulo Praça fala-nos de investimentos globais de 50 milhões de euros nas candidaturas ao POSEUR, em linha com o PERSU 2020 e os PAPERSUs, mas admite que serão certamente mais e que talvez fosse importante reforçar a dotação do POSEUR.