Exchange4Change Brasil quer implementar modelo de economia circular no Brasil

A partir da citação de Lavoisier – de que “ na Natureza… nada se perde, tudo se transforma” – podemos hoje alocar o conceito inovador de economia circular. Tal como o nome indica, basta colocarmos o sistema económico numa trajetória circular, em que as diversas ações seriam realizadas com base na redução, na reutilização e na reciclagem de materiais e energia.

Substituindo desta forma o paradigma de uma economia linear, através de um modelo circular é possível não apenas reduzir o desperdício mas também promover, ao máximo, a reutilização e com isso beneficiar a eficiência e o desenvolvimento de novos modelos de negócio.

Partindo deste pressuposto, Beatriz Luz decidiu fundar, em 2015, a Exchange 4 Change Brasil, uma consultora estratégica que visa impulsionar a economia circular no Brasil através de atividades de capacitação e projetos com especialistas internacionais.

Em declarações à Ambiente Magazine, Beatriz Luz defende que este novo conceito pode “trazer grandes benefícios para a economia brasileira, com o desenvolvimento de novos modelos de negócios e a criação de emprego, que impulsione a inovação tecnológica e possa gerar valor nas empresas e nas cidades”.

“Acreditamos que o 1º passo a ser dado para a transição é a educação”, sintetiza a responsável, realçando que a Exchange 4 Change Brasil tem trabalhado juntamente com uma rede de especialistas internacionais, para que estes tragam para o Brasil novos conhecimentos dentro desta área.

No caso brasileiro, Beatriz Luz defende que o primeiro grande desafio se prende com a dimensão geográfica do país, onde acrescenta a falta de perceção da disponibilidade de matéria-prima, a visão de curto prazo e a falta de incentivos fiscais ao novo modelo.

“O Brasil ainda está em fase de “observação” e constatação do problema. Na Europa, empresas e governos já estão conscientes para a urgência desta transição”, considera Beatriz Luz, alegando o uso de políticas públicas que ajudam à implementação de “novas práticas e modelos de negócios circulares, onde se junta a existência de programas independentes que estimulam este novo modelo. “A Exchange 4 Change Brasil visa trazer este modelo e poder assim impulsionar o debate em torno das novas práticas”.

Uma época de novos desafios
Nos próximos tempos, a Exchange 4 Change Brasil quer fortalecer a rede brasileira de economia circular, através de uma rede de conhecimento, que esperam poder levar até às várias partes do Brasil. De seguida, a empresa irá lançar um livro com toda a informação recolhida, junto de 10 especialistas de 7 países diferentes, sobre este novo modelo económico. Por fim, a Exchange 4 Change Brasil pretende organizar o 1º prémio de economia circular para o Brasil, de forma a estimular a mudança e aumentar o portfólio de projetos neste âmbito.

“No Brasil e no mundo, as grandes empresas estão atentas à criatividade das pequenas empresas, que geram soluções inovadoras” alega a responsável, que considera que o Brasil deve investir mais neste tipo de projetos.

Relativamente à implementação de um modelo de economia circular à escala global, a responsável pela Exchange 4 Change Brasil acredita que o maior desafio se prende com “a mudança de ‘mindset’ e a criação de uma nova cultura de crescimento e de modelos de negócios”.

“Temos que criar novos indicadores de performance, reformatar taxas e incentivos e repensar o desenvolvimento da produção e da partilha de produtos, de forma a otimizar o uso de recursos naturais. Além disso, temos que estabelecer uma visão holística, de longo prazo, e aprender a trabalhar em colaboração. A transição acontecerá quando o empresário perceber que este modelo tem mais vantagens económicas e que garante a sobrevivência do negócio”, termina.