GreenKub: uma caixa que produz alimentos de uma forma mais sustentável

O GreenKub é um dos oito semi-finalistas do Prémio EDP Inovação e partiu da iniciativa de cinco amigos que querem mudar a forma como as pessoas cultivam e cozinham os seus próprios alimentos, principalmente num meio urbano.

O projeto de Hugo Viana, Nuno Rodrigues, Telmo Ferraria, Cristiano Samagaio e Diogo Teixeira, com idades entre os 24 e os 30 anos, funciona através de uma cápsula, um depósito de água e um dispositivo electrónico que monitoriza a planta. Ao jornal Público, Hugo deu o exemplo de uma alface para explicar como o Green Kun funciona: a cápsula com a semente da alface é vendida, tal como a solução que acompanha a água no depósito de rega da caixa. “Esta solução está testada para garantir o crescimento da planta”, garante.

É o dispositivo eletrónico que assegura a alimentação da planta: sempre que esta necessita de água ou de nutrientes, o circuito encarrega-se de os fornecer. “Assim garantimos que a planta cresce de forma rápida e saudável”, diz. Em média, cada planta demora seis semanas a completar todo o processo de crescimento e estar apta para consumo.

A caixa do GreenKub é feita de “plástico ergonómico branco” e pode ser colocada em qualquer divisão da casa. “Queremos incutir a mentalidade de ver uma planta a crescer sem fazer nada”, explicou Hugo Viana. A intervenção do utilizador faz-se em apenas dois momentos: na escolha e colocação da recarga e na hora de colher o alimento.

No caso da alface, “a pessoa pode decidir colher umas folhas e deixar outras, continuando o processo de crescimento”. Assim, em vez de retirar a planta, esta continua a crescer e não é necessária uma nova recarga. Enquanto o depósito tiver água e solução, a planta permanece saudável e em desenvolvimento. Uma vez que a planta só consome aquilo de que necessita, “o sistema repela a água em excesso e encaminha-a para um depósito suplementar”. Na vez seguinte, em vez de a água sair do depósito principal, sai do suplementar, pelo que não é desperdiçada.

Por agora, o dispositivo de monitorização é eléctrico, mas a ideia é que passe a funcionar com uma pilha. Isto porque o consumo de energia “é muito reduzido”, sem impacto na fatura mensal de electricidade. Os cinco amigos querem transformar o GreenKub no seu próprio negócio, rentável ao ponto de se conseguirem manter em Portugal (Telmo e Cristiano trabalham na Alemanha e em Angola, respectivamente). 50 euros é a quanto a caixa e uma primeira recarga podem vir vendidas.

O Prémio EDP Inovação, já na 7.ª edição, distingue projectos na área da inovação tecnológica ou negócios ligados a tecnologias limpas no sector da energia. A concurso estão 50 mil euros, entregues em Novembro, a um dos três projectos que, entretanto, serão escolhidos como finalistas.