Grupo português na assessoria técnica das três principais barragens angolanas

As três principais barragens de Angola, incluindo a futura de Caculo Cabaça, todas no rio Kwanza, contam com a assessoria técnica da Coba, disse ontemà Lusa o vice-presidente daquele grupo português, Victor Carneiro.

De acordo com o administrador, a Coba desenvolveu, assessorou e supervisionou os projetos relacionados com a execução da segunda central hidroelétrica na barragagem de Cambambe, por 31 milhões de euros, e em consórcio (que lidera) na barragem de Laúca, neste caso por 100 milhões de euros. “É um orgulho enorme para a Coba estar nestes projetos, que envolvem também construtoras de dimensão tão grande”, apontou Victor Carneiro, em declarações à Lusa.

Genericamente, a empresa é responsável por desenvolver os projetos destes aproveitamentos hidroelétricos, que servem depois para a abertura dos concursos públicos de construção, fiscalizando de seguida a empreitada, em nome do detentor da obra.

Com cerca de 100 trabalhadores na Coba Angola, a empresa está desta forma envolvida diretamente nas duas empreitadas, ambas com a construção para o Estado angolano a cargo dos brasileiros Odebrecht e com inauguração prevista para este ano.

No caso de Laúca (Malanje), a barragem permitirá gerar 2.070 MW de eletricidade, enquanto que a segunda central instalada em Cambambe (Cuanza Sul) garantirá a injeção de mais 520 MW na rede elétrica nacional.

Conforme a Lusa noticiou ontem, e confirmado igualmente por Victor Carneiro, o grupo português Coba vai ainda assessorar tecnicamente o projeto de construção da barragem de Caculo Cabaça, que será a de maior potência em Angola, obra avaliada em mais de 4,5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros).

A autorização para a contratação da Coba Consultores de Engenharia e Ambiente SA foi feita por despacho assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de 25 de abril e ao qual a Lusa teve hoje acesso, estando o contrato avaliado em 37,3 milhões de euros. Visa a contratação dos serviços da empresa portuguesa para “consultoria, assessoria técnica na análise e aprovação do projeto de execução da empreitada para construção, fornecimento, montagem e comissionamento dos equipamentos eletromecânicos” da barragem de Caculo Cabaça. O Banco Comercial e Industrial da China vai financiar o Estado angolano para a construção desta nova barragem.

Em maio de 2016, questionado pela Lusa, o ministro da Energia e Águas de Angola garantiu que a construção da nova barragem de Caculo Cabaça, na bacia do médio Kwanza, a de maior potência elétrica no país, arrancará “em breve” e vai permitir exportar eletricidade angolana.

João Baptista Borges destacou tratar-se de um “grande projeto” nacional para Angola atingir a meta de 9.000 MW de capacidade instalada em todo o país até 2025. Só esta barragem, que o Governo angolano contratou há praticamente dois anos ao consórcio chinês CGGC (China Gezhouba Group Corporation) & Niara Holding, por 4.532 milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros), vai permitir produzir 2.171 MW de energia elétrica.

*Foto de Lusa