Logifarma aposta nos painéis fotovoltaicos para baixar fatura energética

Num negócio onde as margens são reduzidas e a concorrência não dá tréguas, a palavra de ordem da Logifarma, o segundo maior operador logístico farmacêutico nacional, passa pela racionalização máxima dos custos, avança o Diário Económico.

É neste contexto que, segundo a presidente da empresa, Inês Ferraz da Costa, surge a aposta na energia fotovoltaica. Localizada na região de Sintra, a Logifarma instalou na sua cobertura 1.600 metros quadrados de painéis fotovoltaicos, num total de 820 painéis.  O investimento de cerca de 300 mil euros, que resulta de uma parceria com a Ikaros Hemera, permite-lhe fazer frente a um dos seus principais encargos fixos: a fatura energética.

Com 64 clientes, a maioria dos quais são multinacionais farmacêuticas que canalizam para as suas instalações produtos provenientes de diferentes pontos da Europa, a Logifarma movimenta anualmente 60 milhões de produtos. E, 40% do consumo de eletricidade, está na sua câmara de frio, considerada a maior do país.

A este complexo chegam, são entregues, inspecionados e armazenados vários tipos de produtos, posteriormente remetidos para os hospitais, clínicas, farmácias e armazenistas, mediante as ordens de encomenda dos clientes.

“Somos o parente pobre da indústria farmacêutica. Enquanto empresa logística, que funciona com margens muito pequenas, cedo percebemos que precisávamos de ter um controlo apertado de custos, sob pena de deixarmos de ser concorrenciais, uma vez que somos o único operador português. Não temos nenhuma multinacional a ajudar-nos”, afirmou ao Diário Económico, Inês Ferraz da Costa.

A gestora, que lidera os destinos da Logifarma desde a sua criação, afirma que controla 15% de quota de mercado e é a número um em número de clientes, na cadeia de frio e em clientes veterinários.

Apesar do impacto positivo do novo projeto energético nas contas da empresa – faturou em 2014 cerca de 17 milhões de euros – a Logifarma queixa-se da burocracia que ainda está associada a estes processos. “Desde o pedido de licenciamento à EDP, até à entrada em produção, demorou cerca de 12 meses”, salientou Inês Ferraz da Costa. Sentimento que é partilhado pelo diretor de venda da Ikaros Hemera, José Miguel Weinberg.

A produção de eletricidade por via fotovoltaica, cuja estimativa de retorno do investimento é de sete anos, garante-lhe uma autonomia energética na ordem dos 25%. O projeto garante-lhe, ainda, a tarifa de venda à rede elétrica nacional durante 15 anos.