De acordo com informação do gabinete do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, “apesar de se verificar uma melhoria nos valores de oxigénio dissolvido na água – que, ainda assim, não atingem os valores normais para a época -, a precaução obriga a que sejam mantidas as restrições já decididas por um período de 30 dias”. Já “as condições hidrológicas e de seca mantêm-se”, aguardando-se os resultados de todas as análises necessárias, informou o Ministério do Ambiente, avançando que “hoje se encontram depositados a jusante do local de descarga 12 mil metros cúbicos de sedimentos que já começaram a ser removidos”.

As medidas provisórias impostas à Celtejo com vista à revisão do Título de Utilização dos Recursos Hídricos (TUHR) foram determinadas pela APA a 26 de janeiro e fixadas por 10 dias, prazo que terminou hoje, lembrou o Ministério, explicando que, na altura, ficou previsto que estas medidas poderiam ser agravadas, “dependendo do evoluir das circunstâncias que as haviam motivado”. “Entre as várias medidas impostas destaca-se a redução do volume diário do efluente a ser rejeitado em 50%”, referiu o gabinete do ministro do Ambiente.

As medidas impostas à Celtejo foram determinadas após as ocorrências de 24 de janeiro que “expuseram claramente a existência de problemas de qualidade da água no rio Tejo, muito em particular na albufeira de Fratel”, recordou o Ministério, referindo que estes problemas de qualidade da água começaram a perceber-se no ano de 2017. Neste âmbito, o Ministério do Ambiente intensificou as ações de monitorização e de fiscalização das massas de água e das principais descargas de efluentes, e promoveu um estudo do perfil da massa de água, naquele troço específico (entre Perais e Belver) que se encontra a ser realizado pela Universidade Nova de Lisboa.

“Esta monitorização e fiscalização demonstram, relativamente ao parâmetro Carência Química de Oxigénio (CQO), valores elevados, acima da capacidade de carga que a massa de água consegue assimilar”, revelou o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes, acrescentando que esta elevada carga de matéria orgânica tem provocado “a redução significativa do oxigénio dissolvido no meio recetor, conduzindo pontualmente a condições de anoxia(ausência de oxigénio), facto que é negativo para o bom estado do rio”.

Segundo o Ministério do Ambiente, o ano de 2017 e o início de 2018 caracterizaram-se por “uma seca acentuada em Portugal continental”, situação que provocou “uma redução dos caudais no rio Tejo, facto que diminui a sua capacidade de autodepuração”.

*Foto de Reuters