Negócio solar em busca do brilho perdido

A Ikea e a Ikaros Hemera estão a terminar a ligação dos milhares de painéis fotovoltaicos que passaram a cobrir a loja da companhia retalhista sueca em Alfragide, perto de Lisboa. Fazem parte de um investimento de quatro milhões de euros que a Ikea está a fazer em Portugal, para dar a volta ao problema do custo da energia, segundo um artigo do Expresso. Será a partir do telhado que a Ikea reduzirá em 26% os gastos com eletricidade das suas três lojas em Portugal.
Clientes do porte da Ikea não surgem todos os dias. Mas Duarte Sousa, diretor-geral da Ikaros Hemera, empresa de projetos de energia solar que tem entre os seus investidores Miguel Pais do Amaral, garante ter em mãos outros projetos fotovoltaicos em Portugal avaliados em seis milhões de euros.
A aposta na Ikea na energia pode não ficar por aqui. Fernando Caldas, diretor-adjunto de expansão, revelou ao Expresso que o grupo está a equacionar cobrir de painéis fotovoltaicos as áreas de estacionamento junto às lojas. Mas para já pretende terminar o investimento em Alfragide, Loures e Matosinhos. São 3 megawatts de potência. E 30 mil m2 de coberturas solares.
As estatísticas da Direção-geral de Energia e Geologia mostram que o negócio dos painéis solares travou a fundo: em 2015 foram instalados 28 mw de nova potência fotovoltaica, menos 75% do que os 115 mw que haviam sido ligados à rede elétrica em 2014. A capacidade fotovoltaica acumulada no país está agora em 446 mw.
A queda nas instalações solares em 2015 resultou sobretudo da execução de menos centrais de larga escala. Mas também os mercados da microprodução e da minigeração caíram a pique: nestes segmentos a nova potência instalada em 2015 foi metae de 2014.

João Carvalho, presidente da Apisolar – Associação Portuguesa da Indústria Solar, diz que a maior parte das empresas de instalação de painéis fechou nos últimos anos. Mas há condições para o mercado dos painéis voltar a crescer.
Solar é residual em Portugal

Apesar do crescimento da capacidade instalada, que nos últimos seis anos quadruplicou, a energia solar em Portugal tem ainda um contributo residual para a produção de eletricidade no país. Segundo os dados da DGEG, o Alentejo domina a produção fotovoltaica, com 40 da eletricidade gerada a partir do sol. A segunda região que mais produz energia solar é Lisboa e Vale do ejo, com um contributo de 22%. De acordo com a REN, a energia fotovoltaica abasteceu 1,5% do consumo elétrico português.