NOAA: período crítico para os corais terá terminado

O branqueamento dos corais que ocorre quando a temperatura da água do mar é elevada parece ter diminuído nos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico após um período catastrófico de três anos. Esta é a conclusão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA – National Oceanic & Atmospheric Administration), entidade norte-americana que analisou dados sobre a temperatura da água dos oceanos obtidos através de satélites e de modelos de computadores.

Para confirmar que o branqueamento parou de aumentar, os cientistas da NOAA vão agora controlar rigorosamente a temperatura da superfície marinha durante os próximos seis meses.

O organismo também avisou que há alguns recifes de corais que não estão completamente livres do problema e, no caso dos Estados Unidos, ainda este verão serão vistos corais sem cor no Havai, Flórida e Caraíbas.

No começo deste ano, as elevadas temperaturas do oceano produziram um grave branqueamento na Grande Barreira de Corais da Austrália, pelo segundo ano consecutivo, e na Samoa Americana.

“Esta fase global de branqueamento dos corais foi a mais extensa, comprida e talvez a mais nociva de todas”, disse C. Mark Eakin, coordenador da unidade de vigilância dos recifes de corais da NOAA, que está a trabalhar com cientistas, administradores de recursos e comunidades para conhecer o impacto real do problema.

O primeiro processo global de branqueamento de corais ocorreu em 1998, quando houve um forte fenómeno climático El Niño seguido de um La Niña igualmente forte. O segundo foi em 2010 e em 2015, quando a NOAA informou sobre o início de uma fase de branqueamento dos corais no mundo todo. Desde 2015, os recifes de coral estiveram submetidos a temperaturas acima do normal e em 70% deles essa situação tem ocorrido de maneira prolongada.

Os recifes dos EUA estão entre os mais afetados. Os da Flórida e Havai suportaram dois anos de branqueamento, enquanto os das Ilhas Marianas três anos e os de Guam quatro, apontou a NOAA.

O organismo indicou que por sorte há áreas de coral que, nesse mesmo período, não passaram pelo processo, e os cientistas vão estudar se são características específicas desses corais ou do meio ambiente que os protege das alterações produzidas pelo calor.