O parque verde da futura Feira Popular de Lisboa

O futuro parque da Feira Popular, que se situa em Carnide (Lisboa), tem em vista a conceção de um parque verde com preocupações ambientais, sendo uma das intervenções do Plano de Drenagem da Câmara de Lisboa, apresentado no dia 15 de dezembro, no Paços do Conselho.

“São dois projetos num só projeto”, disse Luís Paulo Ribeiro da TOPIARIS, empresa de estudos e projetos de arquitetura paisagística, avançando que “a câmara municipal decidiu avançar com a construção do projeto antes de a Feira estar definida para crescer a vegetação e para melhorar o ambiente”.

Neste projeto, “não há problemas dramáticos, há oportunidades extraordinárias”, segundo evidenciou o responsável, explicando que há também “uma mudança no paradigma estético, pensando muito nos recursos já existentes”. Evidenciou, desta forma, que não é necessário fazer tudo de novo, mas sim “aproveitar ao máximo o que o local tem”, até porque, não se pode deixar de ter em conta que “é um ecossistema verde que está a substituir um ecossistema natural”.

O parque localiza-se numa zona elevada de Lisboa, com relevo variado, solos pobres, zonas degradadas e abandonadas e com várias hortas, as quais vão ser reabilitadas no novo espaço. Além disso, pela sua localização, o novo parque vai contribuir “para fechar a zona de corredores verdes de Lisboa”, referiu o responsável da empresa TOPIARIS.

Luís Paulo Ribeiro evidenciou ainda que esta iniciativa é uma “oportunidade extraordinária para contribuir para a estratégia de controlo de drenagem”, no sentido em que o solo vai ser aproveitado para a criação de bacias de retenção que criam um “lago” temporário quando a chuva é intensa, evitando inundações e propiciando a absorção da água.

As mesma depressões “podem ser aproveitadas para criar combos altos para o controlo de ruído que a Feira pode vir a provocar”, daí que “toda a morfologia vai ser aproveitada, sendo acentuada ou escavada”, explica.

Pretende-se ainda que este seja um parque sustentável na gestão de recursos, nomeadamente no consumo de água, que se pretende “que se faça através das bacias, de uma forma retardada, tirando o máximo partido da forma como a água se comporta no solo”.