Obama diz que é preciso agir mais rápido na luta contra as alterações climáticas

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que a humanidade já dispõe de conhecimentos científicos e tecnológicos para enfrentar as alterações climáticas, mas que a luta está a ser “demasiado lenta” e que “é preciso agir mais rápido”.

“As alterações climáticas avançam todos os dias. A ameaça distante é agora um perigo iminente. Está a acontecer aqui e agora”, disse Obama aos participantes de vários países numa conferência sobre o Ártico patrocinada pelo Departamento de Estado e realizada em Anchorage, no Alasca.

“As temperaturas no Ártico estão a aumentar ao dobro do ritmo do resto do planeta. O ano passado foi o mais quente jamais registado no Alasca. Isto pressupõe ameaças para as populações locais, algumas delas iminentes”, disse o presidente dos EUA.

Obama, que fez do combate às alterações climáticas um cavalo de batalha do seu segundo mandato, explicou que uma área do tamanho do estado de Massachusetts ardeu desde há um ano no Alasca como consequência das temperaturas elevadas e seca que assola o oeste da América do Norte. “Isso põe em risco não só as comunidades, como também os homens e as mulheres que arriscam as suas vidas lutando contra o fogo”, disse o Presidente, que deu o exemplo de três bombeiros recentemente falecidos quando tentavam apagar um incêndio no estado de Washington.

O Alasca é um dos exemplos “mais dramáticos” do impacto do aquecimento global – na natureza e nas comunidades da região. Nos últimos 50 anos, a temperatura média subiu três graus fahrenheit. Todos os anos, os glaciares do Alasca (11% dos glaciares do planeta) perdem 75 mil milhões de toneladas de gelo. Só este ano, os fogos florestais destruíram mais de 20 mil quilómetros quadrados.

Como resultado, várias localidades estão agora irremediavelmente ameaçadas, quer pela subida do nível das águas, quer pela erosão. Segundo o instituto geológico norte-americano, a costa do Alasca está a perder em média quatro metros de território por ano. Mas, nalguns pontos do Ártico, o efeito combinado do fenómeno da erosão e da subida das águas reclama diariamente o terreno equivalente a um campo de futebol, deixando espécies, como as morsas e o urso polar, sem o seu habitat natural.