Países da União Europeia concordam em ratificar acordo do clima de Paris

A União Europeia concordou na sexta-feira, dia 30, com uma ratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris contra as alterações climáticas, garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano, e encaminhe para uma mudança radical da economia mundial, que a distancie dos combustíveis fósseis, noticiou a Ambiente Brasil.

O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros é um avanço político raro para a UE em num momento de discórdia a respeito da crise imigratória e de incerteza após o referendo do Reino Unido.

“Todos os Estados-membros dão luz verde para uma ratificação antecipada da UE ao Acordo de Paris: o que alguns acreditavam impossível agora é real”, afirmou no Twitter o presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, cujo país-natal era o principal a resistir a um acordo rápido.

A decisão do bloco, que representa cerca de 12% das emissões poluentes globais, terá que ser aprovada pelo Parlamento Europeu na semana que vem, e esta decisão, por sua vez, aprovada pelos ministros. Para entrar em vigor, o Acordo de Paris precisa da ratificação formal de 55 países que representam 55% das emissões globais. Assim que essa meta for alcançada, o pacto passa a valer dentro de 30 dias.

Consolidar o acordo antes da eleição presidencial dos Estados Unidos em 8 de novembro tornará mais difícil desfazê-lo se o republicano Donald Trump, que se opõe a ele, vencer.

Até agora, 61 nações representando 47,8% das emissões mundiais já o ratificaram, lideradas por China e EUA. A Índia, responsável por 4%, deve fazê-lo no domingo, e a ratificação da UE deve ultrapassar a meta. O Brasil também já ratificou sua parcela no acordo.

A Polónia quis concessões à sua economia, baseada no carvão, antes da reunião especial desta sexta-feira, por isso os ministros do Meio Ambiente da UE encontraram uma maneira de romper com o procedimento normal e fechar o acordo de Paris coletivamente.

O pacto pretende manter o aumento médio das temperaturas abaixo dos 2 graus para lidar com o aquecimento global, o que exige um rompimento dramático com os combustíveis fósseis, para limitar ondas de calor, inundações, secas e a elevação dos mares.