PAN alerta para impactes nos ecossistemas e na dinâmica turística e económica da Bacia do Tâmega

No seguimento da visita do deputado do PAN – Pessoas – Animais – Natureza, André Silva, a vários locais na região do Alto Tâmega e do diálogo com a população e com entidades locais sobre as barragens previstas para o rio Tâmega: Alto Tâmega, Daivões, Gouvães e Fridão, foi possível reunir várias conclusões sobre os fortes impactes que resultarão da aplicação do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).

Segundo o comunicado, das dez barragens do PNBEPH, seis estão indicadas para a bacia do Douro e quatro estão previstas para a bacia do Tâmega e vão impactar este rio e afluentes em quase toda a sua extensão. Toda a paisagem natural e cultural do Vale do Tâmega vai sofrer uma modificação preocupante e definitiva, com impactes muito concretos a vários níveis, que continuam sem ser esclarecidos pelo Governo na avaliação em curso para o PNBEPH, estudos estes que, na perspetiva do PAN, deviam ser realizados por organizações não-governamentais. Refira-se o caso do Rio Torno/Louredo na Barragem de Gouvães, no Sítio de Importância Comunitária Alvão/Marão, cujo estudo de impacte ambiental, encomendado pela empresa produtora de energia responsável pela construção das barragens, não garantiu um bypass ambiental no rio colocando em causa a qualidade da água.

O PAN lembra ainda que a bacia do Tâmega representa um ativo turístico estratégico nacional e regional. No caso de ficar comprometido ou diminuído este ativo, representará para as empresas de animação turística da região, uma perda de mais de 150.000 turistas potenciais que deixarão de procurar os recursos fluviais do Alto Tâmega.

Foram debatidos, na presença de membros da Câmara Municipal de Amarante, do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) e da Associação Pró-Tâmega, entre outros participantes da sociedade civil os riscos decorrentes da eutrofização das águas paradas nas albufeiras das barragens o que irá gerar um desequilíbrio irreversível no ecossistema da região e pode inclusive gerar problemas de saúde pública, questão que foi levantada por vários participantes neste debate.

“Existe todo um potencial económico associado ao território onde se pretende construir as barragens de Alto Tâmega, Daivões, Gouvães e Fridão que está a ser negligenciado e o facto de ter estado no local e escutado as preocupações das populações só aumenta as minhas preocupações sobre este tema”, explica André Silva.