Petrolíferas saem de cena no Ártico depois de terem investido milhões

Depois de um investimento global de 2,2 mil milhões de euros em arriscados trabalhos de prospeção de petróleo no oceano Ártico, as companhias petrolíferas que tinham comprado licenças aos EUA para fazer essas perfurações estão agora a desistir, uma após outra, da exploração de petróleo na região. Os custos elevados da operação, combinados com o atual baixo preço do petróleo, terão determinado este desfecho, revela o Diário de Notícias.

Para a organização internacional de defesa dos oceanos – Oceana, que se opôs desde o primeiro momento a esses projetos e que mobilizou a opinião pública mundial contra eles, por causa dos elevados riscos ambientais, esta é uma boa notícia.

“Se tudo correr como se espera, o dia de hoje (ontem) marca o fim das perigosas intenções, do ponto de vista ambiental e económico, de perfurar o oceano Ártico”, afirmou o dirigente da Oceana, Michael LeVine.

Uma delas é a Shell, que fez prospeções no ano passado no mar de Chukchi, 110 quilómetros ao largo da costa do Alasca, depois de ter recebido luz verde para isso do governo federal dos EUA. Os resultados da pesquisa terão sido uma desilusão e a companhia acabou por formalizar a sua renúncia à exploração petrolífera naquela região antes de 1 de maio, a tempo de evitar o pagamento da renda aos EUA para continuar a usufruir da permissão de exploração.

Pelos mesmos motivos – alto custo do investimento para receitas insuficientes – as outras empresas petrolíferas nesta corrida também abandonaram os respetivos projetos de prospeção e exploração petrolífera. Segundo os dados da Oceana, as outras desistentes são a ConocoPhillips, a Statoil e a Iona Energy.