Sodastream reforça apelo à necessidade “urgente” de reciclagem

Na semana em que o meio ambiente vai estar mais do que nunca no centro das atenções graças à comemoração do Dia Mundial do Ambiente que se celebra hoje e à celebração do Dia Mundial dos Oceanos, a realizar-se no dia 8 de junho, a Sodastream desafia a indústria da água engarrafada e os grandes retalhistas a responder à questão “até quando vai o planeta aguentar?”.

“A Sodastream não esquece o falso argumento que a indústria de água engarrafada tem vindo a promover e que tem de ser esclarecido também em Portugal. Perante o incontornável malefício do plástico para o planeta, as empresas que compõem a indústria de água (e bebidas) engarrafada atestam que as suas garrafas de plástico são recicláveis. Contudo, a maioria das 200 mil milhões de garrafas de plástico compradas todos os anos não são recicladas” evidencia João Castro representante da Sodastream em Portugal, citado em comunicado.

Relatórios do EurActiv referem que apenas 23% das embalagens plásticas são recicladas em França. A média de reciclagem na Europa é também de apenas 29,7%. Adicionalmente, importa referir que a reciclagem reduz apenas uma parte da pegada de carbono produzida pelo transporte/distribuição, processamento e produção destas garrafas e, de acordo com a The Carbon Trust, reduz a pegada de carbono de uma garrafa de plástico em apenas 20%. A reciclagem não elimina o devastador efeito que as garrafas de plástico trazem ao planeta.

Estima-se que existam cerca de cinco trilhões de pedaços de plástico a boiar nos oceanos, provocando anualmente a morte de um milhão de aves e animais marinhos. Só na Europa, são produzidos anualmente 25.8 milhões de toneladas de resíduos plásticos. Está previsto que na próxima década, os oceanos poderão chegar a conter um quilograma de plástico por cada três quilogramas de peixe.

“Estes números são gritantes e espelham a urgência na mudança de comportamentos não só dos consumidores, mas essencialmente da indústria que teima em oferecer o seu produto em embalagens nocivas para o ambiente” frisa João Castro, acrescentando que “desde 1988 os conservadores dos oceanos alertam para o apelidado de «Great Pacific Garbage Patch», uma ilha flutuante do tamanho do Texas compreendida por desperdícios plásticos”.

De acordo com um relatório do Greenpeace intitulado de “Plastic Debris in the World’s Oceans”, mais de 267 diferentes espécies de aves marinhas, tartarugas, focas, leões marinhos, baleias e peixes foram vítimas da ingestão de plástico ou emaranhamento. Acrescentando que “em Portugal, a situação é igualmente urgente”.

Segundo o  recente estudo da Universidade de Aveiro sobre lixo flutuante em Portugal, foram localizados 750 mil objetos a flutuar no mar português, sendo a maior parte de plástico. “Esta situação é absolutamente nefasta para a fauna marinha, principalmente para peixes, aves e mamíferos marinhos. É urgente mudar o paradigma, forma de pensar e consequentemente o comportamento”, diz.

Com a produção de plástico a aumentar de 225 milhões de toneladas em 2004 para 311 em 2014, é vital promover uma mudança radical, especialmente quando já todos sabemos que uma única garrafa de plástico demora 450 anos a degradar-se. Na Europa, apenas 29,7% do plástico é reciclado e nos Estados Unidos a situação é ainda pior, com apenas 13%.

O representante da Sodastream Portugal conclui que é mesmo “impossível continuar a ignorar o impacto que o plástico tem no meio ambiente. E os principais responsáveis, a indústria de bebidas engarrafadas nacional e internacional, não podem continuar a fugir à responsabilidade que a sua atividade tem para com o meio ambiente e, de uma vez por todas, assumir que a reciclagem das garrafas não resolve o problema pois apenas uma minoria é efetivamente reciclada. É necessário encontrar novas formas de disponibilizar os produtos/bens, sob pena de condenarmos de forma tão egoísta a humanidade e as próximas gerações, os nossos filhos”.

Já existem bons exemplos de medidas da indústria para reduzir o impacto das garrafas de plástico no meio ambiente. Embora sejam muito poucos os casos, e ainda não seja possível mensurar o seu impacto, em alguns países existem já projetos com medidas efetivas. Por exemplo, no Reino Unido, em 2015, o retalhista Selfridges não comercializa água engarrafada em garrafas de plástico,permite que os clientes reabasteçam água numa fonte e em apenas um ano deixou de vender 400 mil garrafas de água. Além disso, não comercializa nos seus restaurantes espécies de peixes ameaçados.

Já a cidade de São Francisco (EUA), em 2016, tomou uma das medidas mais radicais e tornou-se na primeira cidade plastic bottle free, impondo uma taxa de consumo e proibindo a comercialização de garrafas de plástico.