17 mil pessoas afetadas pelas chuvas desde outubro em Moçambique

Cerca de 17 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas e ventos, desde outubro, em Moçambique, disse hoje à agência Lusa a diretora de Prevenção e Mitigação do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC). “Já começamos a registar casos de províncias afetadas. Desde outubro totalizamos 17.150 pessoas assoladas pelas calamidades”, disse Ana Cristina, salientando, no entanto, que “ainda não há registo de mortes”.

No total, prosseguiu Ana Cristina, 3.432 famílias perderam bens ou culturas agrícolas e as províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, são as mais afetadas, com mais de 7 mil pessoas atingidas.

“O que está a acontecer já estava previsto e já estão em curso ações para responder à situação”, garantiu a responsável, acrescentando que todas as famílias afetadas estão a ser assistidas e os centros de acomodação foram ativados, embora estejam ainda vazios.

A maior parte das famílias afetadas pelas chuvas e pelo vento, acrescentou Ana Cristina, vive em lugares considerados de risco, nas proximidades dos grande rios ou em zonas baixas, o que faz com que o Governo priorize a sensibilização no que respeita à observação de medidas de segurança. “As pessoas continuam a não observar questões de segurança, estando instaladas em zonas perigosas”, lamentou, salientando que os centros de emergência a nível distrital também já foram ativados e “a segurança das populações é a palavra de ordem”.

Quando o país se prepara para enfrentar os efeitos do período chuvoso, a seca é um outro problema que assola Moçambique desde fevereiro do ano passado, com as autoridades a registarem um total de 175 mil pessoas afetadas e 4.600 a necessitar de assistência alimentar só na província de Gaza, no sul. “A seca outra questão que nos preocupa”, admitiu, acrescentando que do rol das ações de mitigação consta o abastecimento de água às populações das zonas mais afetadas, como é o caso do distrito de Chigubo, na província de Gaza, a mais atingida pela calamidade.

Entre outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral.