A 7.ª edição do Encontro Nacional de Limpeza Urbana, organizada pela ALU (Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis), faz as malas e ruma até à Alfândega do Porto, entre os dias 7 e 9 de julho.
Com a Porto Ambiente como anfitriã deste ano, este evento único em Portugal, dedicado à partilha de conhecimento, inovação e boas práticas no setor da limpeza urbana, irá reunir no mesmo espaço autarquias, empresas públicas e privadas, especialistas e decisores políticos, de forma a promover um debate técnico e estratégico sobre os desafios e oportunidades do setor.
Sob o mote “Ruas sem Lixo: As cidades que queremos”, esta edição foi pensada ao detalhe: “a nossa escolha de palavras foi intencional, já que «lixo» é a linguagem do cidadão comum e o que queremos nesta edição é reforçar a mensagem de que a limpeza urbana é um assunto de todos, que não pode estar ausente do debate sobre as cidades onde queremos viver”, começa por dizer Luís Almeida Capão, Presidente da Direção da ALU.
“No ENLU, abordamos os desafios que os agentes da limpeza urbana sentem no seu dia a dia, na expectativa de identificar novas soluções e abordagens úteis para a missão destas entidades de manter as ruas limpas”.
“Queremos também que a limpeza urbana seja vista e debatida no seu imenso potencial para tornar as nossas cidades mais vibrantes e sustentáveis”, acrescenta o responsável.
Com a expectativa de que este ano se irá superar a marca dos dois mil participantes ao longo dos três dias, a exposição vai contar com duas zonas, uma interior e outra exterior, onde os visitantes vão poder conhecer as soluções das empresas e promover um networking entre si.
Além disso, em 2025, o evento volta a ser palco da cerimónia de entrega dos Prémios Cidade+, uma iniciativa da ALU que reconhece os melhores projetos no setor nos últimos dois anos.
Sobre os debates em si, passarão por temas como as preocupações do decisor político, as contribuições financeiras para os resíduos de limpeza urbana, o investimento necessário à atividade e questões operacionais, como limpeza de praias, espaços verdes e centros históricos.
“Temos também vários casos de estudo internacionais que pretendem dar nota de boas práticas ao nível do envolvimento dos cidadãos, da resposta da limpeza urbana a grandes eventos ou a fenómenos naturais extremos. Como não podia deixar de ser, as inovações tecnológicas, como a inteligência artificial, vão estar em destaque e haverá ainda espaço para falarmos da transição energética”, comenta Luís Almeida Capão.
Sobre a internacionalização do evento, o Presidente da ALU afirma que esse é um passo já alcançado: “fazemos questão de convidar entidades e especialistas internacionais e acreditamos que esse cruzamento de perspetivas é enriquecedor para todos, permite-nos trazer boas práticas globais para o contexto local e, ao mesmo tempo, dar visibilidade ao que se faz bem em Portugal”. “Mais do que uma internacionalização formal, interessa-nos promover uma partilha efetiva de conhecimento, que se traduza em impacto real nos territórios”.
Em cima da mesa, Luís Almeida Capão deixa ainda a pressão a que os municípios estão sujeitos no setor da limpeza urbana, “suportando completamente os custos da limpeza, vulneráveis à imprevisibilidade e limitados na sua capacidade de investimento da melhoria do serviço que prestam aos munícipes”.
Posto isto, “é preciso alterar esta situação, aplicando o princípio da responsabilidade alargada do produtor (RAP) aos resíduos de limpeza urbana”.