845 milhões de pessoas ainda necessitam de acesso a água potável para cumprir metas da ONU para 2030

Sete países fornecem ainda menos de metade da sua população com acesso a água potável, enquanto outros 40 países não têm serviços de saneamento básico para pelo menos 50% dos cidadãos, revela uma nova pesquisa. O estudo, intitulado Forward-Thinking Countries, revela as nações mais e menos progressistas com base nos principais indicadores sociais, ambientais e económicos.

A proporção de população global que utiliza serviços de água potável foi reportada em 71% em 2017, com 19% adicionais a usar serviços básicos. Isto significa que 785 milhões de pessoas ainda não tinham acesso a água potável, de acordo com os últimos dados disponíveis. Dos 146 países avaliados, apenas quatro fornecem 100% da população com acesso a pelo menos água potável e saneamento básico e são eles a Nova Zelândia, Israel, Qatar e Singapura.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu o acesso universal e igualitário a serviços básicos seguros e acessíveis até 2030, para reduzir os riscos de saúde, evitáveis, causados por água contaminada ou poluída. Os riscos incluem doenças infecciosas como a cólera, hepatite A e febre tifóide.

A análise revela que os países com provisões de água mais pobres experimentam um número maior de mortes por doenças infecciosas em comparação com os países com melhores provisões. Em países onde menos de 70% das pessoas têm acesso a água potável básica, uma média de 486 mortes por 100 mil pessoas foi relatada em 2018, em comparação com apenas 88,3 mortes por 100 mil pessoas de países com melhores serviços de água potável.

Dos 146 países com dados disponíveis sobre a provisão de água, a República Centro-Africana sofreu o maior número de mortes por doenças infecciosas em 2018, com 1.209,3 por 100 mil pessoas. Apenas 54% da população tem acesso a pelo menos água potável e 25% têm acesso a instalações de saneamento básico.

Países com más condições hídricas também experimentam uma maior taxa de mortalidade infantil. Países onde menos de 70% da população tem acesso a água potável básica relataram 486 mortes infantis por 1.000 nados-vivos, em comparação com apenas 88,3 mortes por 1.000 nados-vivos em outros locais.