A caminho da Economia Circular

“Todos os materiais são reaproveitáveis e podem originar um novo produto. É um círculo contínuo, que traz benefícios para o ambiente, vantagens financeiras para os empresários, poupança para os consumidores e criação de emprego”. A análise é de Elsa Nascimento, diretora executiva da Renascimento, empresa que atua de norte a sul do país e que faz da reciclagem o seu core business.

Depois de ter começado a atividade numa altura em que não existia legislação específica para a gestão de resíduos, com uma área de 1000m2 e quatro colaboradores, agora trabalha numa área de 92.500m2, com 220 colaboradores, várias áreas industriais, uma vasta frota de viaturas e de contentores.

Desde o início que assumiu um modelo de gestão integrado, que previa a certificação de qualidade, ambiente e segurança. Mantém uma ligação direta com todas as entidades gestoras de resíduos. A Sociedade Ponto Verde, com quem trabalha até hoje, foi a primeira parceira. Com a Valorpneu, assumiu-se também como centro de receção de pneus em fim de vida e, posteriormente, com a Valorcar, entidade gestora de viaturas em fim de vida, avançou com duas unidades de receção, desmantelamento e tratamento de VFV e um centro de receção. Paralelamente, começou a processar equipamentos elétricos e eletrónicos e estabeleceu parcerias com a Amb3E e ERP.

Recentemente, reforçou a sua estratégia na área da reutilização das peças usadas do setor automóvel com o lançamento de um serviço de limpeza de filtros de partículas, designado EcoFiltro.

Trabalhar em todas as fileiras da reciclagem tem sido aposta da empresa, por isso outra das vertentes de trabalho centra-se nos resíduos de construção e demolição, “área que carece de incentivos que promovam a integração de materiais reciclados e previnam a extração de agregados naturais”, alerta Elsa Nascimento.

Há cerca de quatro anos, investiu cerca de 2.5 milhões numa linha de produção de CDR, que lhe permitiu “fechar o ciclo de gestão de resíduos com a produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR)”. Isto possibilita que, na atualidade, se produza material de qualidade para valorização energética. “Aqui entram resíduos e saem matérias-primas”, assegura Elsa Nascimento.

Neste momento, está a modernizar e a aumentar a capacidade de produção da linha de recicláveis de Loures. Paralelamente está a iniciar o processo de investimento e montagem de uma nova linha de triagem e processamento de recicláveis na unidade do Norte do país. E ainda este ano, espera terminar o projeto de compra e venda de peças usadas auto (www.auto-renascimento.pt) e dinamizar a limpeza de filtros de catalisadores (serviço EcoFiltro).

“A importância ambiental do setor dos resíduos é óbvia, seja pela natureza da atividade na conjuntura do desenvolvimento sustentável, seja pela importância económica e criação de postos de trabalho”, lembra a diretora executiva da empresa.

*Este artigo foi publicado na Ambiente Magazine 75.