“A economia circular é uma exigência” na gestão de resíduos elétricos e eletrónicos

O Waste Summit decorreu no Museu da Eletricidade, em Lisboa, a 25 de janeiro e reuniu especialistas e outros convidados para discutir a gestão de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos) e de pilhas e embalagens.

O evento da ERP Portugal, da Novo Verde e da LG Portugal promoveu o diálogo sobre como “a economia circular é uma exigência” às empresas, em particular na gestão de resíduos, palavras do presidente da ERP e novo Verde, Ricardo Neto.

João Wengorovius, secretário-geral da BCSD Portugal, resumiu toda a discussão do programa: “as empresas aprenderam a ser eficientes na alocação de recursos, a gerar rendimento, mas ainda não aprenderam, e estão nessa transição, a criar valor ambiental e social”. A intervenção do mesmo mostrou como as empresas, desde o seu início, adotaram uma economia linear e assente nos combustíveis fósseis, sendo agora a altura certa para começar a agir: “as empresas têm de acelerar a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável e para isso tem que aceitar ter os seus modelos de negócio em recursos escassos e naturais”, acrescentou.

Nesse sentido, a LG Portugal garante que está no caminho certo, segundo o diretor de marketing da marca, Hugo Jorge. A empresa de tecnologia confirma que tem “objetivos ambiciosos” como a neutralidade da pegada de carbono até 2030 e em 2050 ter 100% das unidades fabris a funcionar com recurso a energias renováveis.

A responsabilidade da marca em reduzir o impacto ambiental foi exposta na mesa-redonda, tendo o representante explicado que todo o “ciclo de vida” de um produto é pensado desde a moldagem do mesmo, para que o máximo de peças possam ser reutilizáveis, à sua deposição (correta), não retirando a durabilidade que os equipamentos conseguem ter.

O especialista em sustentabilidade, Jorge Cristino, diz que “sem uma lógica de circularização, não vamos conseguir diminuir a produção de resíduos e diminuir o consumo, o que é essencial”, e o primeiro passo poderá passar pela cooperação entre empresas e entre entidades e o segundo “medir”, apontando a importância de indicadores de desempenho.

“Temos muito a aprender com a natureza, que é 100% circular.  Estudos dizem que no ano passado o planeta foi 8,6% circular” – João Wengorovius, secretário-geral da BCSD Portugal

O outro orador, presidente da Sailors for the Sea Portugal, Bernardo Corrêa de Barros, mostrou que a organização está aberta à cooperação e mantém-se otimista que as empresas vão caminhar juntas para cumprir as metas de sustentabilidade, como o Acordo de Paris e o Pacto Ecológico Europeu.

Em afirmação simultânea, todos os intervenientes do Waste Summit disseram que os investidores e os próprios consumidores, cada vez mais, começam a olhar para o desenvolvimento e intervenção sustentável das empresas e que é a missão destas começar a pensar na gestão (de resíduos ou outro produto) circular, ou seja, o que se faz pode transformar-se numa sequência de continuidade – o que pode combater a acumulação de resíduos.