A Galp e a renovação do setor energético

Autoria: Galp

Há 30 anos, a Galp saía de Cabo Ruivo, abrindo espaço para a Expo’98, e iniciava o processo de introdução do gás natural no país. Hoje, está a transformar a antiga Refinaria de Matosinhos numa nova cidade, e a abrir uma nova era do hidrogénio verde.

O ano de 1993, que aqui evocamos à distância de 30 anos, foi marcado em Portugal pelo lançamento do primeiro satélite português no espaço, o PoSAT-1, e pela inauguração do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. No palco internacional, foi o ano de eleição do Presidente Bill Clinton, nos EUA, e do acordo de paz entre o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, e o primeiro-ministro Yitzhak Rabin.

Nessa altura, dois marcos mostram bem o relevo da Galp – e das suas antecessoras – para a transformação e progresso do nosso País, substituindo infraestruturas de importância histórica que haviam ultrapassado os seus prazos de vida face a novas realidades e exigências que se impunham, nomeadamente no campo do Ambiente.

Em Lisboa, era celebrado o acordo para o desmantelamento da Refinaria de Cabo Ruivo, da Petrogal, cuja área daria lugar, primeiro, à Expo’98. A nível nacional, era atribuída à Transgás, participada da Petrogal e da GDP, a concessão do serviço público de importação de gás natural e do seu transporte e distribuição.

O projeto associado à Expo’98 recuperou uma área industrial degradada de 340 mil hectares da cidade, dando lugar à criação de novos espaços para habitação, serviços e equipamentos únicos que criaram uma área de expansão da capital portuguesa com foco na qualidade de vida e ambiental. O gás natural significou para Portugal o acesso a uma forma de energia mais competitiva e menos poluente, substituindo o gás de cidade nas nossas casas e o carvão e o fuel na produção de eletricidade.

A distância temporal permite traçar paralelos com a atualidade e identificar um ADN constante ao longo da história.

Hoje, a Galp encontra-se a lançar as bases de um novo projeto de regeneração urbana em Matosinhos, no local da antiga refinaria, em articulação com a Câmara Municipal e com as autoridades regionais, tendo a Expo’98 como um dos grandes projetos de referência. Quanto ao gás natural, embora continue a ser uma fonte energética fundamental para o nosso país e para a Europa, tendo demonstrado todo o potencial e o acerto da decisão tomada há 30 anos, hoje discute-se a sua substituição por gases renováveis, com o hidrogénio verde à cabeça.

A Galp continua a ser o grande dínamo desta transição do sistema energético nacional para energias mais sustentáveis e competitivas. Hoje, o seu plano de investimentos a cinco anos contempla um investimento médio anual próximo dos €1.000 milhões, dos quais mais de metade, ou seja, €500 milhões por ano, serão aplicados em energias renováveis, novos negócios e energias de baixo carbono.

Estamos a falar de grandes projetos de produção de hidrogénio verde através de eletrolisadores alimentados por eletricidade renovável produzida pela própria Galp, que hoje se encontra entre os maiores produtores de energia solar fotovoltaica da Península Ibérica.

Este hidrogénio renovável será a base para a transformação da Refinaria de Sines num Parque de Energia Verde, onde a Galp planeia produzir combustíveis sustentáveis de baixo carbono, incluindo combustíveis para aviação ou para o transporte de mercadorias, marítimo ou rodoviário, bem como biocombustíveis avançados.

A Galp encontra-se igualmente apostada na aceleração da mobilidade elétrica, prevendo duplicar este ano a rede de pontos de carregamento atualmente em operação, dos 2,4 mil para os 5 mil, e duplicar de novo a rede até aos 10 mil até 2025. E, em joint venture com a Northvolt, o maior fabricante europeu de baterias, está a lançar as bases para a construção da mais sustentável unidade de conversão de lítio da Europa.

Na edição nº199 da Ambiente Magazine, algures em 2053, as memórias assinalarão que, neste ano da graça de 2023, a Galp tomou uma série de decisões finais de investimento (FIDs) em projetos críticos para o sucesso do nosso país no cumprimento da meta da neutralidade carbónica. E não serão necessários grandes dotes de adivinhação para arriscar que, nessa altura, a Galp estará a preparar novos investimentos nas energias que nos transportarão para além da década de 2080.

Este artigo foi incluído na edição 99 da Ambiente Magazine