Acionistas apoiam com ampla maioria a reeleição de Ignacio Galán como presidente da Iberdrola

A Iberdrola realizou na passada sexta-feira, dia 30 de março, no Palácio Euskalduna de Bilbau, a Assembleia Geral de Acionistas. Em comunicado, a empresa refere que os acionistas apoiaram com uma ampla maioria a “reeleição de Ignacio Galán como presidente do grupo por um período de quatro anos, proposta constante do ponto 18 da ordem do dia da Assembleia Geral de Acionistas”.

A Assembleia, a que assistiu 74,12% do capital social da Iberdrola, aprovou ainda todos os blocos de acordos incluídos na ordem do dia com um voto afirmativo superior a 98%, repartidos do seguinte modo:

  • Grupo 1 (contas anuais e gestão social): 99,2%
  • Grupo 2 (Sistema de gestão corporativa): 99,9%.
  • Grupo 3 (retribuições): 98,3%.
  • Grupo 4 (Conselho de Administração): 98,2%.

Durante a sua intervenção perante os acionistas, Ignacio Galán reviu um 2018 “histórico”, no qual pela primeira vez a empresa superou os 3.000 milhões de euros de lucro líquido (3.014 milhões de euros, mais 7,5% do que em 2017) e obteve um lucro operacional bruto (Ebitda) de 9.350 milhões de euros, mais 28% que no ano anterior.

Em relação aos resultados alcançados, Ignacio Galán afirmou que “com eles damos mostra, uma vez mais, de que o compromisso firme com a proteção do ambiente é plenamente compatível com o nosso projeto empresarial, com o crescimento, com a rentabilidade e com a criação de valor para todos vocês”.

Tal como explicou o presidente da empresa, esta evolução positiva permitiu ao Conselho de Administração da Sociedade propor à Assembleia Geral “o maior dividendo pago até à data”: 0,351 euros brutos por ação com respeito ao ano de 2018, mais 7,7% do que no ano anterior.

Este montante é resultado da soma dos 0,151 euros brutos por ação, já pagos no passado mês de fevereiro como dividendo por conta, aos 0,20 euros brutos por ação que, no mínimo, serão pagos como dividendo complementar no próximo mês de julho. A esta quantia há que somar, por outro lado, os 0,005 euros brutos por ação de prémio pela assistência à Assembleia Geral.

A crescente retribuição ao acionista, em linha com o avançar positivo dos resultados, e a evolução positiva da cotização da Iberdrola situaram a rentabilidade total para o acionista em 31,9% desde a última Assembleia  Geral, face aos 17% do Eurostoxx Utilities e ao decréscimo de 2,4% do Ibex 35.

Desde a atualização das Perspetivas Estratégicas 2018-2022, que teve lugar no passado dia 26 de fevereiro, em Londres, o comportamento dos títulos da Iberdrola tem sido especialmente positivo: a empresa supera já os 50.000 milhões de euros de capitalização de mercado, o que põe em evidência a confiança do mercado no projeto e estratégia do grupo para os próximos anos.

Ignacio Galán recordou também o importante processo de investimento em que se encontra a Iberdrola: “Em 2018 investimos 5.300 milhões de euros, um dos níveis mais elevados registados pelo grupo num só ano, o que nos levou a superar os 20.000 milhões de euros de investimento nos últimos cinco anos”.

Neste sentido, os 34.000 milhões de euros de investimento previstos para o período 2018-2022 pressupõem uma média anual de mais de 7.000 milhões de euros nos próximos quatro anos.

Tudo isto permitirá à empresa continuar a melhorar as suas previsões de resultados. Para 2022, tal como reafirmou o seu presidente, a empresa prevê obter um Ebitda superior a 12.000 milhões de euros e um lucro líquido entre 3.700 e 3.900 milhões de euros, o que supõe um crescimento de 30% face a 2018.

Estas perspetivas de resultados permitem fixar já um dividendo mínimo anual, que alcançará os 0,4 euros brutos por ação em 2022. “Um valor que poderá ir aumentando em linha com o crescimento dos resultados”, segundo apontou Ignacio Galán.

Aposta sustentável: alterações climáticas e contributo social

Durante a sua intervenção perante a Assembleia Geral, Ignacio Galán referiu-se expressamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas, que a Iberdrola incorporou na sua estratégia e nos seus Estatutos, como parte do seu contributo social. “A sustentabilidade a longo prazo, no seu sentido mais amplo, nasce do equilíbrio na satisfação dos interesses de todos”, explicou.

Galán reiterou a “urgência” de atuar contra as alterações climáticas antes que as consequências sejam “irreversíveis”. O presidente da Iberdrola apontou que “compete a cada um dos atores, públicos e privados, trabalhar para benefício de todos”.

Referindo-se ao Plano Integrado de Energia e Clima apresentado pelo Governo de Espanha, Ignacio Galán valorizou positivamente o seu conteúdo: “Um plano ambicioso desenhado com rigor, porém realizável; que nos pode proporcionar uma posição privilegiada no processo de transição energética”.

Depois de relembrar a liderança renovável da empresa, com uma potência instalada próxima dos 30.000 megawatts (MW), e o seu compromisso com a redução de emissões poluentes, cuja intensidade já é 75% inferior à média das utilities europeias, Galán reviu a contribuição económica e social do grupo.

Assim, a empresa contribui para o PIB mundial com 32.360 milhões de euros. Em Espanha, o valor situa-se nos 10.693 milhões de euros, 1,01% do PIB espanhol.

A contribuição fiscal da Iberdrola ascendeu aos 7.939 milhões de euros em 2018, dos quais 3.642 milhões de euros correspondem a Espanha. O grupo realizou compras de 8.000 milhões de euros a milhares de fornecedores em todo o mundo, dos quais cerca de 1.700 milhões de euros foram para empresas espanholas.

A Iberdrola continua a ser um motor de emprego estável e de qualidade. O grupo gera postos de trabalho para mais de 425.000 pessoas em todo o mundo, das quais 81.500 estão em Espanha. Para além disso, só em 2018, realizou 3.500 novas contratações e incorporou 1.400 jovens em estágios, somando uma força de trabalho total de 34.000 colaboradores.

Iberdrola, referência em igualdade de género

Ignacio Galán referiu-se expressamente ao compromisso do grupo com a igualdade de género, em linha com o ODS 5 das Nações Unidas.

Especialmente relevante neste sentido foi a aprovação, hoje, por parte da Assembleia Geral de Acionistas, da incorporação no Conselho de Administração da Sociedade da catedrática em Economia Sara de la Rica.

Com a sua nomeação, a Iberdrola torna-se na empresa do Ibex 35 com maior percentagem de mulheres no seu Conselho de Administração (42,8%).

Assim, 50% dos seus conselheiros externos são mulheres, incluindo a vicepresidente Inés Macho e as presidentes de duas das quatro comissões do Conselho: Mª Helena Antolín (Comissão de Nomeações) e Samantha Barber (Comissão de Desenvolvimento Sustentável).

A Assembleia Geral aprovou, para além disso, a reeleição dos seguintes conselheiros independentes: Xabier Sagredo, Mª Helena Antolín, José W. Fernández, Denise Holt e Manuel Moreu.