Acordo de Paris não terá metas de redução de emissões

O novo tratado climático que está prestes a ser aprovado na COP21  “não terá metas quantitativas de redução de emissões de CO2”, apontando apenas para a sua “neutralidade” na segunda metade deste século. O objetivo, segundo um novo texto negocial apresentado esta quinta-feira à noite, é conter o aumento da temperatura da Terra “bem abaixo dos 2ºC” e “fazer esforços” para um limite mais ambicioso, de 1,5ºC, avança o jornal Público.

O novo documento resulta de mais de vinte horas de negociações, desde que fora apresentada uma versão anterior na quarta-feira. Muitos pontos parecem estar resolvidos, mas ainda estão por acordar aspetos centrais, como “a diferenciação dos compromissos entre países pobres e ricos e o financiamento aos mais vulneráveis”.

Na quarta-feira à noite, ainda estavam sobre a mesa propostas de 40-70% ou 70-95% de redução de emissões até 2050, em relação a 2010. As alternativas eram a simples menção a um objetivo de “baixas emissões globais a longo prazo”, à sua “neutralidade” ou à “descarbonização” da economia ao longo deste século. Venceu a tese da “neutralidade”, que significa que poderá haver emissões de gases com efeito de estufa, desde que sejam compensadas, por exemplo, por florestas ou pela captura e armazenamento de CO2 no subsolo.

Para esta manhã de sexta-feira esteve prevista a apresentação de uma versão final e a possível aprovação do novo acordo global para o problema das alterações climáticas, mas a presidência francesa prolongou  as negociações por mais um dia.