Águas residuais do aeroporto de Lisboa vão servir para detetar variantes da Covid-19

O aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foi um dos locais escolhidos pelo Joint Research Center (o serviço científico interno da Comissão Europeia) para a realização de um estudo preliminar para identificação de variantes do vírus SARS-CoV-2, anuncia o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Segundo o Governo, este trabalho prende-se com a futura criação de um sistema de vigilância regular da circulação do vírus SARS-CoV-2 e respetivas variantes e da definição de um sistema de alerta precoce, que se socorra da análise às águas residuais.

Na mesma nota, o Governo indica que o Aeroporto Humberto Delgado foi considerado um «super sítio», tendo em conta que se trata de um “grande centro de transporte, inserido numa zona de elevada densidade populacional e com uma importante função de mobilidade”. Para a escolha do Aeroporto de Lisboa foi tido em conta o facto de se tratar de um “local com ligação a várias cidades lusófonas, no Brasil e em África”, mas também a “outras cidades europeias, na China, Estados Unidos e Índia”.

Segundo a mesma nota, o estudo terá uma duração de sete meses, sendo que as amostras serão recolhidas e enviadas para laboratórios internacionais parceiros do referido Joint Reseach Center, que posteriormente divulgará os resultados do estudo. Os custos com a análise das amostras serão assegurados pelo Joint Research Center, sendo a Agência Portuguesa do Ambiente e o grupo Águas de Portugal os responsáveis pela sua recolha.

A decisão segue-se à publicação da Recomendação 2021/472, relativa a uma abordagem comum para o estabelecimento de uma vigilância sistemática do SARS-CoV-2 e das suas variantes, nas águas residuais na União Europeia, refere um comunicado.

Portugal está a preparar a aplicação da Recomendação comunitária a nível nacional, tendo já constituído uma equipa que envolve técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Águas de Portugal e de outras entidades.

Portugal contribuiu ativamente para a redação final da Recomendação 2021/472, através da colaboração do consórcio responsável pelo projeto-piloto COVIDETECT com a Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa pan-europeia relativa à utilização das águas residuais como sentinela da presença do SARS-CoV-2 na população.