Alentejo começa a sofrer com falta de água

Após dois anos de seca consecutiva, as populações das comunidades isoladas de Mértola, localizadas na margem direita do Guadiana, sofrem as consequências. Jorge Rosa, presidente da autarquia, refere ao Público que “a falta de água tem vindo a agravar-se desde final da Primavera” e apresenta um cenário pouco tranquilizador: “Estamos a meio do verão e as coisas estão a complicar-se a ponto de se poderem tornar caóticas.”
Neste momento, as viaturas da Câmara de Mértola, com autotanque, estão a transportar água para meia dúzia de pequenos aglomerados populacionais que não têm mais de 50 habitantes. Consequência do estio e da falta de chuva, a falta de água tem ainda outra razão: as altas temperaturas “rebentam” com as ligações e as tubagens do sistema de abastecimento e as autoridades são “confrontados com o esvaziamento dos depósitos devido às rupturas na rede”, conta Jorge Rosa. Adianta que, para além da reparação dos pontos da rede danificada, “tem de se atestar os depósitos que nestas pequenas localidades respondem ao consumo humano”.

Segundo o Público, noutras localidades que não são fornecidas pela rede pública é necessário recorrer aos furos artesianos. Mas à medida que o tempo quente se acentua, estas captações de água, que deveriam ter sido repostas pelas chuvas do Outono/Inverno, estão secas. A autarquia de Mértola está a viver um crescendo de dificuldades para tentar responder ao aumento do número de localidades sem água para consumo humano desde o passado mês de abril. “Se chegarmos aos 20 ou 30 aglomerados sem água, estamos numa situação complicada e podemos não ter condições para lhe fazer frente”, admite Jorge Rosa.