Alforreca gigante feita de embalagens de bebidas recicladas dá vida à nova exposição de Cascais

De 27 de outubro a 3 de novembro, o Mercado da Vila vai ser palco de uma exposição composta por uma alforreca feita a partir de embalagens de bebidas, totens informativos e ainda artigos do dia-a-dia produzidos com materiais reciclados que permitem ilustrar o ciclo dos resíduos e os benefícios da sua reinserção na economia. A exposição seguirá depois para outras três localizações no concelho e estará patente até 12 de dezembro, lê-se numa nota de agenda.

Realizada no âmbito do projeto-piloto iREC – Inovar a reciclagem, um programa de incentivo à devolução de embalagens de bebidas, esta exposição é também uma oportunidade de partilhar com os munícipes os resultados alcançados em apenas nove meses: cerca de 600 mil embalagens de bebidas (plástico, latas e vidro) equivalentes a um total de 40 toneladas.

De acordo com o município, a peça central da exposição, uma alforreca de 2,5 metros de altura, foi fabricada pelo grupo de artistas Skeleton Sea com embalagens de plástico e latas recolhidas nas máquinas do iREC. O tema da escultura foi diretamente inspirado pelas problemáticas do lixo marinho, constituído essencialmente por plástico descartado, e pelas alterações climáticas que origina a multiplicação das espécies invasoras.

Uma mala de viagem da Samsonite – A Magnum ECO, os sapatos de caminhada da Decathlon e os calções de banho Panareha são alguns dos artigos que podem ser vistos nesta exposição, por serem produzidos a partir de embalagens de bebidas de plástico recicladas e copos de iogurte.

“Queremos mostrar que é possível fechar o ciclo dos plásticos e que é exequível passar de um modelo económico de extração das matérias-primas da natureza para um que privilegia a valorização dos resíduos. Por essa razão, escolhemos a medusa como símbolo do impacto do plástico nos oceanos e a solução para o problema: os produtos que já se comercializam hoje, feitos a partir da reciclagem, e que têm um valor económico”, afirma Luís Almeida Capão, presidente do Conselho de Administração da Cascais Ambiente.

O evento inaugural da exposição, agendado para o próximo dia 27 de outubro no Mercado da Vila e aberto ao público, contará com a presença do grupo de artistas da Skeleton Sea, os embaixadores do projeto – a associação Zero Waste Lab, assim como várias marcas portuguesas e internacionais que já incluem materiais reciclados na produção de novos artigos.

Joana Balsemão, vereadora do Ambiente da Câmara Municipal de Cascais, sublinha que “na gestão de resíduos costumamos dizer que um resíduo é uma matéria-prima fora de sítio, ou seja, cada vez que produzimos um resíduo, são recursos naturais que estamos a delapidar”. Com esta exposição, “queremos sensibilizar para a necessidade de passarmos de um sistema linear, produtor de resíduos e gastador de recursos naturais, para um sistema circular, em que reduzimos o uso de materiais, valorizamos aqueles que podem ter uma nova vida e reciclamos em vez de acumular em aterro”, acrescenta.

Cascais apostou numa exibição itinerante para atingir o máximo de munícipes em todo o concelho. As datas e locais podem ser consultados no site do projeto. A entrada é gratuita.