Alterações climáticas estão a aumentar os níveis de stress dos oceanos

As alterações climáticas estão a aumentar os níveis de stress dos oceanos de forma séria, colocando cada vez mais pressões sobre os ecossistemas marinhos. A conclusão é de um novo estudo que avaliou as pressões humanas nos oceanos – desde a acidificação à pesca intensiva – para criar um mapa com os pontos mais vulneráveis a estas pressões. Uma das principais conclusões é que dois terços dos oceanos do planeta estão sob pressões crescentes e que as alterações climáticas estão entre os factores que mais contribuem para este stress.
Embora o mapeamento dos pontos mais vulneráveis dos oceanos não forneça uma visão global nem indique como as pressões estão a ter impacto nos vários ecossistemas, investigadores que não estiveram envolvidos no estudo indicam que a nova investigação é um passo importante para perceber a real situação dos oceanos e para informar os decisores políticos. “Parte nenhuma dos oceanos escapa à influência humana”, escrevem os autores no estudo, publicado na revista científica Nature Communications, cita o Discovery News. Esta influência provém directamente dos escoamentos agrícolas que vão directos para o mar e de outros agentes poluentes, ou de agentes indirectos, como o aumento das temperaturas e a quantidade de dióxido de carbono presente nas águas, que resulta das emissões humanas de gases com efeito de estufa. Cerca de 97% dos oceanos estão sob a influência de mais de um destes agentes stressantes.
A equipa de cientistas, liderada por Benjamin Halpern, da Universidade da Califórnia, analisou uma vasta gama de dados relativas a estes agentes, 19 no total, que foram recolhidos de satélites, modelos computacionais e registos de pesca. Os dados analisados são relativos ao período entre 2008 e 2013. Os investigadores perceberam que 66% dos oceanos sofreram um aumento das pressões humanas ao longo deste período. As regiões costeiras e águas tropicais e subtropicais são dos locais mais vulneráveis aos impactos.
O estudo concluiu, ainda, que os impactos provocados pelas alterações climáticas eram dos principais factores de stress que afectavam os oceanos.