ANP|WWF e a Fundação Oceano Azul defendem uma recuperação económica mais azul

No Dia Mundial dos Oceanos, a ANP|WWF e a Fundação Oceano Azul defendem que o oceano deve ser considerado como parte integrante de uma recuperação económica mais justa e sustentável para o país.

Para tal, estas organizações apontam em comunicado três caminhos concretos: “a proteção e recuperação da vida marinha, a transição para uma economia circular e sustentável e um reforço do papel de liderança de Portugal na agenda internacional do Oceano”. As duas entidades, que estabeleceram um acordo de colaboração a três anos, consideram que “Portugal tem de olhar para o oceano para além de documentos estratégicos e de discursos, incluindoo nas suas opções político-económicas, nomeadamente no plano de relançamento da economia portuguesa”. Segundo a declaração destas entidades: “Portugal não pode perder a oportunidade para integrar o Oceano como parte da solução. O Oceano é um elo fundamental de uma corrente de vida e saúde e deve ser considerado no discurso e na ação política sobre a recuperação económica pós-pandemia”

Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF refere que “é clara a ausência do importante papel desempenhado pelo oceano nas conversações sobre o financiamento da economia no pós-pandemia. Portugal tem mais área marítima que qualquer outro país europeu. Dependemos do nosso oceano não apenas para nos alimentar, mas também para sequestrar carbono, produzir oxigénio e absorver calor, num tempo em que a temperatura global continua a aumentar. É essencial que a integridade do nosso Oceano seja adequadamente considerada no plano de recuperação da economia, já que é fundamental para a nossa própria sobrevivência”.

Para Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul, “as relações entre oceano e clima, e entre a conservação e a economia, são os motores de uma mudança que não pode esperar mais. A Portugal cabe a grande responsabilidade de reconhecer o Oceano como parte integrante de uma recuperação económica sustentável”.

Num ano marcado pela pandemia Covid-19, que pôs em causa a saúde pública e a segurança humana e criou uma recessão económica, as duas entidades consideram que este é o momento de alterarmos a nossa relação com a natureza, e de passarmos a vê-la como a nossa maior aliada. Ambas as organizações, irão desenvolver, nos próximos anos, ações dedicadas à pesca sustentável, a áreas marinhas protegidas e à alteração de comportamentos, para ajudar Portugal a colocar o oceano no centro da sua ação política e ambiental.