APA: Concluída a reconstrução do dique e canal condutor geral na margem do rio Mondego

A rotura do dique e canal condutor geral da margem direita do leito central do rio Mondego, com cerca de 150 metros de extensão, foi a causa da cheia que ocorreu em dezembro de 2019 que provocou além da inundação dos campos do Vale Central do Baixo Mondego, corte de vias de comunicação e inundação de algumas povoações.

De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para repor as condições de defesa contra cheias do Vale do Mondego, como também o fornecimento de água à agricultura, à indústria (fábricas papel) e doméstico (Município da Figueira da Foz), através do canal condutor geral, então parcialmente destruído, era “urgente reconstruir estas infraestruturas”.

Reconhecendo que as circunstâncias excecionais verificadas exigiam uma atuação urgente e a definição de medidas extraordinárias, a APA recorda que foi concebido, no âmbito do Plano de Aproveitamento Hidráulico do Mondego, um Plano de Ação Integrado de Intervenções a executar no período entre 2020 e 2023, designado por “Mondego Mais Seguro”, objeto da resolução do Conselho de Ministros n.º 2-A/2020, de 3 de fevereiro, com caráter de imediato início da sua implementação e execução. No âmbito desta Resolução, foi prevista, com caráter de urgência, uma intervenção de “Reconstrução do dique e canal condutor geral da margem direita do leito central do Mondego, na zona da rotura em Santo Varão”, que após a elaboração do projeto e do procedimento de contratação, foi iniciada em 26 de março do corrente ano.

Segundo a APA, a reconstrução do dique e canal condutor geral, no valor total de cerca de €1.600.000, foi concluída em 3 de julho e restabelecida a circulação plena de água, ainda a tempo de assegurar o pleno abastecimento de água aos campos agrícolas do Baixo Mondego durante o verão. Apesar de algumas dificuldades, como a crise Covid-19, os períodos de chuva durante vários dias (impossibilitando a execução dos aterros com argilas) e algumas complicações na cravação das estacas prancha devido à existência de material pétreo na constituição do terreno de fundação, que terá sido arrastado pela cheia aquando da ocorrência da rotura, a APA realça o “empenho” de todos os técnicos e empresas envolvidas para o sucesso desta obra.

Ainda no âmbito das ações previstas na Resolução do Conselho de Ministros foram, a 2 de julho do corrente ano, aprovadas pelo POSEUR 2 candidaturas a co-financiamento de fundos comunitários apresentadas pela APA, uma referente à “Regularização do rio Pranto” e outra a quatro intervenções do Plano Mondego Mais Seguro, nomeadamente a reabilitação do leito e dos diques da margem esquerda do leito periférico direito, a estrutura de derivação de água dos campos do vale central do Mondego para o leito periférico direito, a estrutura de comportas da Maria da Mata e a estrutura terminal de drenagem em Lares, no valor total de 12 milhões de euros.