Associação Portuguesa de Centros Comerciais assina pacto com a ADENE para poupança de energia

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) vai assinar com a ADENE – Agência para a Energia um pacto para a implementação do Plano de Poupança de Energia 2022-2023, que materializa o compromisso dos Centros Comerciais de assumirem a sua fatia neste documento apresentado no passado dia 25 de setembro.

“A APCC está plenamente consciente que as medidas preconizadas têm impacto nos Centros Comerciais, na sua imagem e conforto, mas os tempos extraordinários que vivemos obrigam a que todos os agentes económicos contribuam de forma positiva e colaborativa para as metas que o país tem de atingir”, declara Rodrigo Moita de Deus, CEO da APCC, citado num comunicado.

Segundo a APCC, este pacto materializa um conjunto de iniciativas que permitem “ganhos relevantes de curto prazo e de forma transversal”, sem pôr em causa a atividade económica das centenas de milhar de trabalhadores do setor. Estas iniciativas complementam, também, as “políticas de sustentabilidade definidas pelos diferentes associados”, que permitiram nos últimos anos reduções de consumo de energia elétrica superiores a 15% definidos no âmbito do plano europeu. A isto acresce que o setor continua a implementar, voluntariamente, medidas para reduzir ainda mais esta tipologia de o consumo-

Entre as várias medidas propostas pela APCC, constantes no pacto assinado e que irão ser implementadas pelos seus Associados, encontram-se iniciativas para “redução de consumo energético na climatização dos Centros Comerciais”, na sua “iluminação e nos transportes verticais”, lê-se no mesmo comunicado.

Na climatização prevê-se um “ajuste das temperaturas dos Centros Comerciais”, com temperaturas mais altas no verão e temperaturas mais baixas no inverno, bem como a “valorização da ventilação natural e refrescamento do ar interior por maximização de efeitos de túnel e chaminé”, refere a APCC.

Em relação à iluminação, entre outras medidas, está contemplada a “redução da iluminação interior a após horário de normal funcionamento e nos períodos de manhã de tráfego fraco”, a “redução de iluminação nas áreas de parqueamento interior, mantendo a visibilidade CCTV e conforto do visitante e a circulação de viaturas”, os “reclamos desligados após as 23 horas” e a “iluminação de fachadas apagada após as 24h (salvo por razões de segurança e para garantir a visualização por CCTV)” e o “ajuste dos níveis de iluminação no interior das lojas incluindo montras e reclame da fachada da loja”.

Embora o processo de substituição por soluções de iluminação eficiente em áreas comerciais (ex. LEDs) já se tenha iniciado, propõe-se estabelecer a meta de dezembro de 2022 para a substituição completa de todos os sistemas de iluminação em Centros Comerciais.

Quanto ao transporte vertical, a APCC adianta que se irá proceder ao “ajuste de velocidade de operação dos sistemas e a implementação de sistemas de modulação de velocidade nos equipamentos menos solicitados”. No que diz respeito aos acessos, existirá uma “afinação de portas e de outro tipo de acessos, que permita a manutenção das condições de climatização interiores”, acrescenta.

Para além destas medidas de curto prazo, a APCC apresentou um conjunto de ações com vista ao alcance de um efeito estrutural e de mobilização de toda a sociedade que a sustentabilidade económica e as condições ambientais exigem. A título de exemplo, destaque para a campanha de informação e sensibilização, dirigida ao público geral, aos clientes de Centros Comerciais e aos seus lojistas. Trata-se de uma campanha de sensibilização (nos canais de comunicação disponíveis e em mass e social media) que deve promover a utilização inteligente da energia e a adoção de equipamentos e sistemas energeticamente eficientes.

Também o investimento no autoconsumo, sendo essência o Melhoramento dos incentivos e metodologias, como a agilização do licenciamento de novas centrais de produção, que regem a implementação de centrais de autoconsumo, nomeadamente em edifícios como os Centros Comerciais. Para a APCC, esta é a forma mais eficiente de diminuir a dependência energética ao mesmo tempo que promove a produção e utilização de energias verdes.