Automóveis elétricos têm impacto três vezes menor no aquecimento global, diz estudo

Um estudo levado a cabo, em França, pela European Climate Foundation, em conjunto com outras entidades, conclui que, face aos veículos movidos por combustíveis fósseis, os automóveis elétricos têm um impacto duas a três vezes inferior no aquecimento global. Os benefícios, de acordo com a investigação, vão prolongar-se até 2030, mas poderão ser ainda melhores se a aposta para desenvolver energias renováveis levar a um cenário 100% renovável.

Citada em comunicado, Laurence Tubiana, CEO da European Climate Foundation, afirma que “descarbonizar o setor dos transportes é fundamental se quisermos estar alinhados com o Acordo de Paris”. Cerca de 40% das emissões produzidas por um automóvel elétrico ocorrem durante a produção das baterias. Assim sendo, revela o estudo, melhorar o impacto ambiental das baterias na fase de produção será determinante para a descarbonização do setor dos transportes.

Por outro lado, a melhoria da eficiência energética das actividades produtivas irá permitir que o impacto dos veículos elétricos seja reduzido de 20 a 25% até 2030. Melhorar o impacto ambiental da extração mineral, desenvolver baterias sustentáveis em termos de eficiência, peso e uso, bem como a promoção de boas práticas de reciclagem serão também parte da solução.

Marie Chéron, da Fondation pour la Nature et l’Homme, considera que “este estudo é indicativo da magnitude das mudanças que temos de enfrentar”. “Um automóvel elétrico não é um automóvel convencional”, acrescenta, sublinhando que “temos de o considerar de uma forma diferente e alterar a forma como o usamos. Se a indústria automóvel é um dos pilares da economia, a mudança para a mobilidade elétrica tem de ser a força motriz para uma economia responsável e compatível com os desafios climáticos”.

A mesma opinião é partilhada por Jean-Philippe Hermine, da Groupe Renault Environment VP: “A mobilidade elétrica é uma alavanca vital para acelerar a transição de energia e a implantação de energias renováveis”.