Cabo Verde e Luxemburgo reforçam cooperação nas energias renováveis e água

Cabo Verde e o Luxemburgo assinaram hoje, na Praia, protocolos de reforço dos setores das energias renováveis e da água no âmbito do programa de cooperação luxemburguês que vigora até 2020 com uma dotação de 48 milhões de euros, noticia a agência Lusa.

Os acordos foram assinados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, e pelo ministro da Cooperação e Ação Humanitária, Romain Schneider, que se encontra na cidade da Praia no âmbito da 17ª reunião da Comissão Paritária entre os dois países.

Reforçar a gestão do setor das energias renováveis e baixar o preço da eletricidade é o objetivo do protocolo assinado neste setor, enquanto o acordo rubricado no setor da água e saneamento, visa aumentar as instalações sanitárias em 100 escolas, em vez das 25 previstas inicialmente.

A reunião da comissão, em que participaram também os ministros da Economia, José Gonçalves, e da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, visou fazer o ponto de situação do IV Programa Indicativo de Cooperação (PIC) do Luxemburgo com Cabo Verde, que vigora entre 2016-2020 com uma dotação orçamental de 48 milhões de euros.

Emprego e empregabilidade (32 milhões de euros), água e saneamento (12,3 milhões) e energias renováveis (4,5 milhões) são as principais áreas da cooperação luxemburguesa com Cabo Verde.

Para o ministro luxemburguês, a reunião proporcionou um “momento para mostrar que o Luxemburgo trabalha como parceiro de Cabo Verde”. Romain Schneider sublinhou a “força” e a “confiança” das relações entre os dois países, assinalando que Cabo Verde é o único país com o qual o Luxemburgo tem um PIC.

“Fizemos um ponto de situação sobre os diferentes projetos. Há setores que para nós continuam muito caros como a educação, a formação profissional, a saúde, a governação, as energias renováveis e a água e saneamento”, disse. “Para o Luxemburgo, a erradicação da pobreza é a prioridade”, acrescentou.

Romain Schneider explicou que a avaliação incidiu sobretudo em projetos do programa de cooperação anterior (PICIII), adiantando que houve “pontos fortes e outros [projetos] que se atrasaram um pouco mas que estão em vias de serem terminados”.

” A saúde foi um ponto muito forte, fizemos muitas coisas em conjunto nos anos anteriores. No caso da água e do saneamento foram realizados projetos concretos e vamos continuar a alimentar mais escolas com água potável, aumentando a qualidade da água”, disse.

Destacou também a montagem do Centro de Energias Renováveis e Manutenção (CERMI), considerando que nos próximos anos será “um centro de excelência regional, um vetor para o desenvolvimento das energias renováveis e um potencial económico para Cabo Verde”. Romain Schneider escusou-se a apontar os projetos que se encontram mais atrasados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, adiantou que a foi possível analisar a cooperação entre os dois países nas mais diversas áreas, considerando que a “avaliação foi muito positiva”

“Analisámos os aspetos que devem ser reforçados, questões que tem a ver com a água e saneamento, emprego e empregabilidade. Fizemos o exercício de avaliação dos projetos em curso e perspetivamos os passos a dar para a consolidação”, disse.