Casa do futuro vai ser a primeira a servir como “laboratório vivo”

Não é a primeira casa futurista em projeto, mas é a primeira vez que uma iniciativa de crowdsourcing ajuda a construir uma casa do futuro que será testada à medida que é construída. A Enel apresentou na Expo Milão 2015 o projeto de arquitetura desta habitação moderna, designado N.O.V.A. – Nós Vivemos o Amanhã, que começará a ser desenvolvido no final deste ano, no Brasil.

Este empreendimento vai ser a primeira casa do futuro a servir como um “laboratório vivo”, onde as pessoas colaboram com o projeto, habitam a casa e testam as soluções inovadoras que a mesma oferece. As tecnologias e o seu impacto tanto nas vidas dos residentes como nos seus hábitos de consumo serão constantemente monitorizados, com o objetivo de aperfeiçoar as soluções.

“Este laboratório vivo é a prova do compromisso da Enel com a inovação, centrada no cliente e no diálogo contínuo com as partes interessadas. Vamos usar o feedback das pessoas que vivem na casa para descobrirmos outras inovações e testar outras soluções que estão na fase pré-mercado. Este é um projeto muito entusiasmante”, afirma o diretor da Enel Brasil, Marcelo Llévenes.

Uma das principais características da casa é o facto de poder tomar decisões autonomamente, graças a sensores e equipamentos de controlo remoto que permitem, por exemplo, fechar as janelas quando a chuva se aproxima ou detetar fogo na casa e avisar os bombeiros. A casa conta com aparelhos inteligentes de controlo remoto, que definem em que momento do dia é que devem funcionar, permitindo o uso mais eficiente da energia.

A construção vai permitir uma redução de resíduos em cerca de 85%, assim como, 80% menos de emissões de carbono em comparação com outras casas do mesmo tamanho, que têm cerca de 375m2. A casa será energeticamente autossuficiente e produzirá cerca de 105% da sua necessidade energética, graças à energia solar produzida por painéis instalados no seu telhado. A eletricidade excedente pode ser armazenada em baterias de alta capacidade ou transferida para o sistema de distribuição local, aumentando a produção e consumo de energia limpa.

O projeto vai recorrer a materiais inovadores, como a madeira, que tem alta capacidade de isolamento térmico e tintas ignífugas com qualidades de insonorização. A casa será construída através de módulos pré-fabricados de forma a ser sensível ao meio ambiente, a reduzir o tempo de construção e o consumo de água e de materiais convencionais, como argamassa.

A casa terá, ainda, uma horta orgânica para a produção de alimentos com uma área de até 1.000 m², concebida de forma a prescindir de iluminação elétrica durante o dia.