Centro PINUS dedica visita de campo à “Gestão de pinheiro-bravo”

No passado dia 20 de maio, o Centro PINUS organizou, em parceria com a CAPOLIB (Cooperativa Agro Rural de Boticas), uma visita de campo dedicada à “Gestão de pinheiro-bravo”.

De acordo com esta associação, a gestão florestal em curso em Boticas tem permitido “aumentar a resiliência do território, criar riqueza e dezenas de postos de trabalho” numa região que luta contra o despovoamento, sendo o exemplo mais recente a “constituição, em 2021, de uma nova serração que emprega atualmente 23 pessoas”.

“A existência de lideranças fortes que reconhecem na floresta uma fonte de riqueza, associada à cooperação das entidades locais, têm sido impulsionadoras da gestão de uma parte significativa de um território severamente atacado por incêndios”, refere o Centro PINUS, considerando que este tipo de gestão deve servir de inspiração para outros territórios semelhantes.

A abertura do evento decorreu no auditório municipal e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga. O autarca reconheceu a importância económica, social e ambiental da floresta para o concelho, o que levou o município a apoiar e a dinamizar o investimento no território.

Já o presidente da Cooperativa de Boticas, Eng.º Albano Álvares, salientou a importância da aposta estratégica na “capacitação técnica e na valorização da multifuncionalidade do território” na criação de riqueza para a região e na fixação de pessoas, incluindo jovens: “Esta multifuncionalidade integra pastoreio, produção florestal e apicultura como principais alavancas de uma oferta de produtos regionais únicos, em que o turismo e os serviços do ecossistema são um grande potencial”.

Esta visita deu a conhecer o trabalho desenvolvido no Agrupamento de Baldios deste concelho do Alto Tâmega, uma região de excelência para o pinhal, com indicadores de produtividade de 13/ha/ano. Este agrupamento inclui, atualmente, 22 unidades de baldio com uma área de mais de 14 500 hectares, dos quais 7 500 hectares estão ocupados com pinhal-bravo, refere um comunicado do Centro PINUS.

Apesar de recente, a constituição recente do Agrupamento de Baldios de Boticas já deu provas do seu “contributo decisivo na valorização do território”, seja através da “melhoria da capacitação técnica e da informação de suporte à gestão ou da otimização da gestão de recursos”, conseguida com o aumento da escala de intervenção, lê-se no mesmo comunicado.

Desde 2016, já foram investidos mais de 6 milhões de euros na floresta da região, incluindo na condução da regeneração natural de pinheiro-bravo, na prevenção do risco de incêndio ou no controlo de pragas, entre outras ações de gestão florestal.

Também, Teresa Fidalgo Fonseca, docente da UTAD partilhou alguns dos resultados dos trabalhos de investigação que têm sido desenvolvidos no concelho com o apoio da CAPOLIB: “É disso exemplo a recolha de dados para a simulação do desenvolvimento de povoamentos de regeneração natural de pinheiro-bravo e um artigo recente que demonstra as vantagens do agrupamento de baldios no aumento da resiliência do território, entre outros benefícios”.

Esta saída de campo juntou mais de 20 participantes num grupo diversificado que reuniu técnicos com funções de gestão florestal em organizações de produtores florestais e empresas, profissionais de abastecimento de madeira de empresas da Fileira do Pinho (Carmo Wood, Sonae Arauco e MTL) e de serviços ( gestão florestal;), investigadores (alunos e docentes da UTAD e o Diretor da Escola de Engenharia Florestal da Universidade de Vigo), um dirigente do conselho diretivo de um baldio e um resineiro, responsável pela gestão de uma equipa de 14 pessoas que dinamiza a atividade no pinhal da região.