Cidades e centros urbanos estão “na linha de frente” da crise climática, declara Guterres

Dirigindo-se à C40 Mayors Climate Alliance, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, destacou que as cidades e centros urbanos estão “na linha de frente” da crise climática, emitindo “mais de 70% dos gases de efeito estufa globais”, além de “enfrentar riscos” que vão desde a elevação do nível do mar até às tempestades mortais.

No entanto, as cidades podem também “impulsionar a ação climática, a energia limpa e o desenvolvimento sustentável”, através de “estratégias e políticas mais eficazes”, especialmente à medida que se recuperam dos impactos da pandemia, sustentou .

Para Guterres, “o investimento em recuperação é uma oportunidade geracional para colocar a ação climática, a energia limpa e o desenvolvimento sustentável no centro das estratégias e políticas das cidades”.

O chefe da ONU pediu uma “ação urgente” em três áreas principais, apelando ao trabalho em parceria para se desenvolver e apresentar Contribuições Nacionalmente Determinadas ou NDCs ambiciosas antes da 26ª sessão da Conferência das Partes (COP26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em novembro deste ano em Glasgow.

Guterres aproveitou o momento para apelar também aos líderes locais no sentido de tornar as cidades com zero emissões até 2050 e fazer planos ambiciosos para a próxima década. E recuperação da pandemia para acelerar o investimento e a implementação em infraestrutura limpa e verde e sistemas de transporte deve ser tida em conta, defende.

Acabar com o uso do carvão é o “passo mais importante” que o mundo pode dar para garantir que o aumento da temperatura seja limitado a 1,5 grau Celsius, disse o secretário-geral da ONU, constatando que “as cidades têm mais a ganhar com a eliminação gradual do carvão: ar limpo, espaços verdes ao ar livre, pessoas mais saudáveis”. Um primeiro passo é conseguir que “80% da geração de energia nas cidades” seja a partir de fontes de energia renováveis ​​até 2030.

As inovações no transporte urbano e planeamento urbano também seriam uma solução relevante para ajudar a reduzir as emissões e melhorar o bem-estar: “São muito importantes os recursos financeiros para suprir as lacunas nos investimentos necessários para impulsionar esses esforços”, remata.