Cidades inteligentes já são uma realidade em Portugal e a tendência é crescerem.

Mais de 50% da população mundial vive atualmente em cidades e este valor continua a aumentar. A gestão inteligente é cada vez mais importante e, em Portugal, já há vários exemplos, avança o Jornal de Negócios.

Évora tornou-se a primeira cidade portuguesa a contar com uma rede elétrica inteligente. O projeto InovCity foi lançado em 2010 com a instalação de 35 mil contadores inteligentes nas casas e empresas da capital do Alto Alentejo. Apesar deste ter sido um projeto-piloto os contadores continuam ativos em Évora – estes contadores permitem à EDP e aos clientes consultar os consumos. “O sistema elétrico é gerido de forma mais eficiente, há agora uma quantidade de informação que não existia e que permite melhorar o serviço, houve consumidores que conseguiram poupanças de até 5%. O consumidor torna-se cada vez mais num agente ativo e interessado pela utilização de energia na sua casa”, esclarece João Peças Lopes do INESC TEC, instituição que colaborou com a EDP Distribuição no desenvolvimento deste projeto.

Mais a norte, o Porto também já deu vários passos para se tornar uma cidade mais inteligente. Um deles foi o lançamento, este ano, do centro de gestão integrada, uma sala de monitorização em tempo real da cidade, que pretende dotar a cidade invicta de “melhor conhecimento sobre o seu funcionamento”, explica o vereador da autarquia portuense, Filipe Araújo. Para esta monitorização em tempo real, a cidade conta com uma rede de sensores ambientais. de ruído e de mobilidade, localizada em 21 pontos da cidade. Simultaneamente, a STCP disponibiliza wi-fi em toda a sua frota de autocarros e o serviço de internet gratuita contou com 250 mil utilizadores únicos no primeiro ano de funcionamento.

A capital portuguesa também não é exceção e já tem vindo a dar os primeiros passos para se tornar uma cidade mais sustentável. Por exemplo, com a mudança das lâmpadas dos semáforos para LED, o que possibilitou uma diminuição do consumo e dos custos em 90%. A autarquia pretende, ainda, vir a substituir a iluminação pública por estas lâmpadas, mais amigas do ambiente e que precisam de menos manutenção. A poupança estimada, resultado desta medida, será de cerca de 50%. Recorde-se que Lisboa gasta 7 milhões de euros por ano para pagar a iluminação pública, avançando-se, assim, com uma redução considerável dos gastos públicos.  Colocar wi-fi nos candeeiros pela cidade de forma a haver internet em qualquer ponto de Lisboa, é outra das propostas. “O candeeiro vai ser uma peça importante do futuro”, avança José Sá Fernandes, vereador do Ambiente e Energia da câmara de Lisboa, em entrevista ao Jornal de Negócios. “A vida das cidades pode ser melhorada com a informação que estes candeeiros podem enviar em tempo real para um centro de informação sobre o trânsito, poluição atmosférica ou ruído”, acrescenta.

No que diz respeito à energia solar, cada vez mais no centro dos debates do setor, a autarquia de Lisboa garante que está à espera pelo Horizonte 2020 para que, “pelo menos os edifícios públicos, tenham apoio ao consumo pelos painéis solares”.