Cientistas do MARE regressam de Timor-Leste com 30 novas espécies

A biodiversidade de lesmas-do-mar (nudibrânquios) em Timor-Leste foi avaliada pela primeira vez numa expedição que contou, entre outros, com a colaboração de investigadores do MARE.

A investigação focou-se na costa norte de Timor-Leste entre Liquiçá, Dili e Manatutu, com uma curta incursão na ilha de Atauro. Os investigadores identificaram mais de 130 espécies diferentes de nudibrânquios, pertencentes a 55 géneros. Destes, cerca de 30 espécies são novas para a ciência – aguardam, agora, o processo de descrição formal que será posteriormente publicado em artigos científicos.

“A diversidade encontrada em Timor-Leste é superior à de outras regiões como Maldivas ou Moçambique, e muito superior à encontrada nas Caraíbas (Cuba, Bermudas, Costa Rica). Compara-se, apenas, à das Filipinas ou da Indonésia”, começa por explicar Marta Pola, investigadora da Universidade Autónoma de Madrid que participou na expedição. “Tendo em conta que estivemos apenas 15 dias, e numa única franja da costa norte da ilha, temos muito ainda por explorar”, acrescenta Joaquim Reis, um dos investigadores do MARE.

Timor-Leste encontra-se no chamado “triângulo de coral”, reconhecido como o centro global da biodiversidade marinha e prioridade global para a conservação. É aqui que a maior diversidade de organismos marinhos do mundo é encontrada. No entanto, os estudos sobre a biodiversidade marinha na região ainda são praticamente inexistentes.

Para Joaquim Reis e Marta Pola, não há dúvidas: “se com apenas 15 dias no terreno voltamos com estes resultados, imagine-se o que faríamos com mais. Aguardamos, com expectativa, apoios que nos permitam regressar e expandir o âmbito, tanto a nível geográfico como de organismos e habitats”.