Nos últimos dias, o Centro e Norte de Portugal têm sido assolados por violentos incêndios e, nesse sentido, a CNA – Confederação Nacional da Agricultura, apela ao Governo a “célere mobilização de meios para o rápido apuramento dos prejuízos e da incapacidade temporária para produzir”, além de apoios financeiros para os pequenos e médios agricultores afetados.
Entre esses apoios, a confederação exemplifica as ajudas à alimentação dos animais, no caso da destruição de pastagens, mas também a criação de Parques de Receção e Comercialização das Madeiras “salvas” dos incêndios, estabelecendo preços mínimos, por forma a conseguir algum rendimento aos pequenos e médios produtores afetados e para limpar as matas e proteger o ambiente e recursos como a água e os solos.
“Também sem mais demoras tem de haver coragem política para implementar medidas que assegurem transparência na cadeia agro-florestal e o aumento do preço das madeiras na produção, factor estruturante da maior importância para a floresta nacional e atractivo para os pequenos e médios produtores florestais”, lê-se no comunicado enviado à imprensa. “Na promoção de iniciativas para um correcto Ordenamento Florestal a prioridade deve ser dada aos apoios adequados para a floresta multifuncional, não-intensiva ou monocultural”.
Desde a entrada de Portugal na União Europeia encerraram mais de 400 mil pequenas e médias explorações agrícolas deixando vastas áreas do território desertificadas de gente e ocupadas de monoculturas florestais.
“É urgente que o Orçamento do Estado para 2025 preveja a adoção de políticas agrorurais e florestais promotoras das pequenas e médias explorações familiares, que conjugam mosaicos vivos de agricultura, pecuária e floresta multifuncional, servindo de tampão à progressão dos extensos e violentos incêndios. E nessas políticas deve estar a concretização prioritária do Estatuto da Agricultura Familiar”, defende a CNA.