Comemorações Dia Mundial da Água: Ministro destaca oportunidade de Portugal no mundo

As Comemorações do Dia Mundial da Água contaram com uma Sessão Comemorativa, na Academia das Águas Livres, ontem, em Lisboa, onde marcou presença o Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes. O governante aproveitou a ocasião para destacar a oportunidade que as empresas/instituições nacionais têm para se internacionalizar e apresentar as suas competências no âmbito dos ODS.

Recém-regressado do Fórum Mundial da Água, em Brasília, que decorre até hoje, o Ministro enfatizou a iniciativa que decorre “pela primeira vez no hemisfério sul e num país de língua portuguesa, e que contou com uma excecional participação portuguesa, com um conjunto vastíssimo de conferências com elementos técnicos e científicos que projetam definitivamente Portugal como player mundial no domínio da água”. João Matos Fernandes destaca que a água é o sexto ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) para as instituições financeiras multilaterais, num planeta onde 1/3 da população não tem acesso a água potável. Sendo assim, “numa altura que estas instituições vão fazer convergir uma quantidade de dinheiro para os investimentos em falta, e não tendo Portugal os 500 milhões de euros para poder investir em país terceiro, cada vez mais estas instituições financeiras multilaterais querem ter a certeza que as coisas não correm bem só no primeiro dia. Por isso têm que ter estruturas de gestão que são da maior importância para o que vai acontecer a seguir ao primeiro dia”.

O Ministro do Ambiente ressalva que “aqui Portugal pode desempenhar um papel da maior importância no mundo. Quando foram investidos 10 mil milhões de euros nos últimos 20 anos no círculo aberto da água, para além de um conjunto muito alinhado de políticas públicas, de uma estrutura institucional que inclui a regulação já muito estruturada em Portugal e um conjunto vastíssimo de empresas que são responsáveis pela implementação dos projetos (desde a sua implementação à produção de equipamentos) – poucas públicas muitas privadas, municipais algumas -, estas podem mesmo jogar o papel da maior relevância para se internacionalizarem ainda mais, para resolver os problemas da água do mundo”.

Ainda sobre o Fórum Mundial da Água, o Ministro considera que um dos papéis de destaque que Portugal teve foi a coordenação do Relatório da Região Europa, como assim se chamou, no domínio da água, “onde mais de 50 países depositaram essa confiança no país”. João Matos Fernandes destaca duas conclusões desse relatório: “a primeira é que há uma dessintonia total entre aquilo que é o grau de preocupação das pessoas e o seu compromisso efetivo, ou seja as pessoas têm consciência e preocupam-se, mas não tomam qualquer medida tendo em conta as preocupações.”

Por outro lado: “A segunda conclusão e pensando também nos ODS é a seguinte: é verdade que a Europa se apresenta perante o mundo com um conjunto de grau de infraestruturação que supera em muito aquilo que é a média mundial. Mas desenganem-se aqueles que pensam que a Europa já fez o seu trabalho. Aqui é mesmo da maior importância sermos capazes de fazer a seguinte reflexão em conjunto, o mundo quando discute a água no contexto dos ODS discute e bem a escassez do recurso, a sustentabilidade do uso do recurso. Mas é fundamental discutir em simultâneo a sustentabilidade das infraestruturas que fazem com que este recurso chegue às nossas casas. Isso é da maior importância, é uma tarefa que já é muito europeia, e pode mesmo ultrapassar o espaço europeu. Repito que nesta área, o nosso país e as nossas empresas/instituições podem ter um papel da maior importância”.

Relativamente à situação em Portugal, o Ministro considera que sendo este “hoje (ontem), sabemos duas coisas, com a chuva das últimas semanas, vamos ter certamente um ano mais descansado, a segunda coisa que sabemos é que vai haver seca, por isso e inevitavelmente apesar de ela não ocorrer este ano, é certo que ela virá mais à frente. Por isso todo o esforço a que nos obrigamos para fazer um uso racional da água é um esforço que tem de ser feito todos os dias, com mais ou menos água à vista dos nossos olhos”.