Conhecidos os vencedores da quinta edição do Programa Blue Bio Value Acceleration

A portuguesa Exogenus Therepeutics, a polaca Proteon Pharmaceiticals e a holandesa Sophie’s BioNutrients são as vencedoras do programa Blue Bio Value Acceleration.

Com uma duração de sete semanas – cinco remotas e duas presenciais – a edição deste ano do Blue Bio Value Acceleration contou com a participação de 18 startups provenientes de 12 países (Canadá, Chile, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, Lituânia, Noruega, Holanda, Polónia, Portugal e Suíça).

Estas três startups são agora premiadas com um valor global de 45 mil euros, que deverá ser aplicado no desenvolvimento dos projetos de cada uma através da Blue Demo Network, uma rede de serviços de bioeconomia azul, sediada em Portugal, cuja missão é apoiar as startups a encontrar nas infraestruturas e serviços portugueses, respostas às suas necessidades de desenvolvimento tecnológico e de mercado.

A Exogenus Therepeutics é portuguesa e procura transformar subprodutos da produção de macroalgas em soluções para a indústria de cuidados de saúde, baseadas na tecnologia nanovesicle. Estas soluções comercializáveis, têm origem na recuperação de vesículas extracelulares, provenientes de águas residuais; enquanto a água “purificada” volta para o sistema, reduzindo o desperdício de água.

A Proteon Pharmaceiticals, é polaca e desenvolve soluções para modelar o microbioma e melhorar a saúde animal e humana. Esta empresa remove antibióticos da cadeia alimentar, através do desenvolvimento de um cocktail à base de bacteriófagos, que é adicionado às rações de aquacultura.

A Sophie’s BioNutrients é holandesa e aproveita subprodutos da indústria alimentar para desenvolver uma proteína com base vegetal a partir de macroalgas que existirá como uma alternativa a produtos alimentares existentes.

“Só encontrando novos modelos de negócio – com impacto positivo nas pessoas, na economia e no planeta e que assegurem retorno financeiro – conseguiremos prosperar no futuro. É uma mudança de paradigma necessária, que passa por potenciar também o capital natural do oceano – e a bioeconomia azul em particular. Hoje, mais do que nunca, acreditamos estar no caminho certo: ao longo de cinco edições, apoiámos dezenas de startups que se transformaram em empresas de sucesso num mercado que, tudo indica, crescerá exponencialmente ao longo da próxima década”, declara Luís Jerónimo, diretor do Programa Gulbenkian Desenvolvimento Sustentável

Por seu turno, Tiago Pitta e Cunha, administrador executivo da Fundação Oceano Azul, sublinhou o sucesso desta quinta edição e salientou o potencial que a economia azul tem para a economia portuguesa, destacando que “após cinco edições de Blue Bio Value, hoje vivemos um momentum criador de novas oportunidades, com o crescimento de muitas startups de biotecnologia azul. Novos fundos de investimento entraram no mercado. Grandes grupos económicos procuram soluções baseadas na biotecnologia azul. Vivemos tempos favoráveis, mas não são tempos para parar. Devemos continuar a trabalhar para a bioeconomia azul se tornar a realidade da nova economia sustentável que todos queremos abraçar.”

De acordo com um comunicado, divulgado à imprensa, nesta edição participaram ainda startups que desenvolvem negócios ligados ao restauro de ecossistemas marinhos, à produção sustentável de algas para fins como a alimentação e a cosmética, ligados às tecnologias para monitorização costeira e prevenção de riscos associados às alterações climáticas ou à sustentabilidade das atividades piscatórias.

Este ano, as candidaturas recebidas chegaram a um total de 84 startups de 39 países, de entre as quais foram selecionadas 18, oriundas de 12 países distribuídos por 4 continentes. O número e abrangência geográfica dos participantes reforçaa relevância desta iniciativa e do dinamismo do setor, tanto em Portugal como internacionalmente.