A Cooperação Portuguesa retomou o apoio ao Parque Nacional da Gorongosa (PNG), através de um financiamento de 22 mil euros ao laboratório científico da principal área protegida moçambicana. O embaixador de Portugal em Maputo, José Augusto Duarte, salientou, em conferência de imprensa, que se trata de um regresso da colaboração entre a Cooperação Portuguesa e o PNG, que beneficiou de um apoio de 500 mil euros entre 2007 e 2010. O valor divulgado no âmbito do recém-criado Clube Empresarial da Gorongosa é dirigido ao Laboratório de Biodiversidade Edward O. Wilson, que faz o inventário das espécies do PNG e procura ser uma referência científica na África Austral. O director do PNG, também presente na conferência de imprensa em Maputo, referiu que a meta do laboratório “é conhecer tudo quando é ser vivo” que ocorre na área protegida. “É muito ambiciosa, mas estamos a persegui-la”, declarou Mateus Mutemba, destacando também o papel do laboratório na formação de jovens moçambicanos. O embaixador de Portugal em Maputo apontou a “extrema relevância do PNG, não apenas para Moçambique e para os moçambicanos, mas para o mundo em geral” e, não só pela relevância das espécies animais na área protegida, como para o próprio conhecimento da evolução da espécie humana. José Augusto Duarte defendeu que a preservação do PNG representa emprego e desenvolvimento para os habitantes daquela região no centro de Moçambique, e lembrou que os parques sul-africanos produzem o equivalente a 82 milhões de euros e atraem quatro milhões de visitantes por ano. “Lamento, mas a Gorongosa é mais bonita e tem capacidade para competir a nível internacional na atracção de turistas, na criação de postos de trabalho e na entrada de divisas na economia moçambicana”, sustentou o diplomata. Apesar dos esforços de recuperação após o fim, em 1992, da guerra civil em Moçambique, as actividades do PNG foram prejudicadas durante os 17 meses de novas confrontações militares entre exército e principal partido de oposição na mesma região e que só cessaram a 5 de Setembro do ano passado. O parque enfrenta também a caça furtiva, que mata entre cinco mil e seis mil animais por ano na sua área, segundo dados divulgados por Mateus Mutemba há uma semana em Maputo.
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