Corrida com anões reavivou debate sobre touradas

A polémica à volta de uma tourada com anões em Viana do Castelo reacendeu a discussão sobre se as corridas de touros devem acabar ou não em Portugal, indica o jornal I.

O constitucionalista Vital Moreira, num texto sobre o espetáculo de Viana que acabou por não se realizar, acusa o legislador de “cobardia” e está do lado dos que querem pôr fim ao que classifica como “a barbárie da tortura dos animais para gáudio do sadismo público”. “Decididamente, quando é que, perante a cobarde omissão do legislador, um tribunal tem a coragem de proibir estes espetáculos de degradação humana em nome da proteção constitucional da dignidade humana?”, questiona, no blogue Causa Nossa.

Só o BE e o PAN falam sobre as touradas no programa com que se apresentam nas legislativas do dia 4 de Outubro. Os bloquistas defendem que as televisões em canal aberto devem ser proibidas de transmitir corridas e “o fim de apoios públicos às touradas, com a criação de um programa de requalificação”. O PAN acusa a “classe política” de falta de coragem e de perpetuar uma indústria cruel” através de apoios financeiros e institucionais.

A coligação, o PS e o PCP não abordam o assunto nos seus programas.

Gabriela Canavilhas, ex-ministra da Cultura e deputada do PS argumenta que “80% dos portugueses não é a favor da extinção. “É indiscutivelmente uma prática cultural e, sendo uma expressão cultural com que a esmagadora maioria dos portugueses está de acordo, não há razão para que seja posta em causa”.

PSD e CDS argumentam que a “tauromaquia é parte integrante da cultura popular portuguesa” e tem um elevado número de espectadores”. O PCP manifesta-se contra qualquer tipo de proibição por via legal das touradas no nosso país”.