Covidetect é um “exemplo evidente” de que em Portugal “fazemos coisas muito bem feitas”

Na sessão de apresentação dos resultados do projeto Covidetect, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, definiu a iniciativa numa palavra: “certeza”. Na cerimónia de apresentação dos resultados deste projeto da AdP Valor, que decorreu esta quarta-feira na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara, em Lisboa, o chefe da pasta do Ambiente elogiou o projeto e a concretização de todos os objetivos, classificando-os de “certezas”, desde o facto do projeto permitir a criação de “alertas para entregar ao Ministério da Saúde e entidades, quando aparecerem variantes diferentes e, sobretudo, quando pode haver surtos de maior ou menor dimensão e onde se localizam” ao facto da responsabilidade ser de todos “quando se trata de combater uma pandemia como estas”, sem esquecer que “trabalhar em conjunto é essencial”.

Mas, os elogios feitos por Matos Fernandes não se ficaram pelo projeto: “Nós, em Portugal, fazemos coisas muito bem feitas”. E estando Portugal “longe de ser um dos países da Europa comunitária”, é o “segundo país” que tem mais bandeiras azuis em praias fluviais: “Tratamos dos nossos esgotos muito melhor do que outros países que têm níveis de desenvolvimento e riqueza em média superiores ao nosso”, exemplifica. Além disso, no rumo à neutralidade, é Portugal quem tem feito o melhor trabalho: “Há de facto outros países com uma performance tão boa como a nossa, mas todos têm uma coisa em comum que é a energia nuclear que nós não temos”, assegura.

O projeto Covidetect é só mais um “exemplo evidente” do trabalho bem feito: “Há agora normativas europeias para que estes projetos sejam desenvolvidos. E acabamos por ser um dos países que mais influenciou essa mesma normativa comunitária”, destaca. E, reforça Matos Fernandes, isto acontece porque Portugal tem um “sistema científico robusto e capaz”; tem um “conjunto de entidades que também se debruçam sobre estas matérias”; e tem, essencialmente, uma “grande empresa pública” que se chama Águas de Portugal: “O Grupo, além de ser responsável pela melhoria que aconteceu na saúde pública em função da melhoria da qualidade da água que bebemos da torneira e, também, do tratamento de efluente, ganhou esta espessura de conhecimento e curiosidade de ir além e fazer melhor”.

Desde o primeiro dia, que o Ministério do Ambiente quis sempre assegurar um “papel discreto” no trabalho que fez no combate à pandemia: “Com a exceção da saúde, todos os serviços primários (água, esgotos, resíduos, energia, transportes) passaram por nós. E nunca nada falhou”, assegura. E se este bem feito aconteceu, muito se deve “aos trabalhadores de todas estas empresas” que tiveram sempre um “papel excepcional”, afinca. Mas, ao mesmo tempo que o foco se centrou em garantir que nada falhasse, também “preparar o futuro” foi sempre uma prioridade: “O futuro que resultou na relevância que o combate à ação climática tem no Plano de Recuperação e Resiliência. E o futuro que foi pensado dando as mãos à ciência”. Neste último, o ministro do Ambiente acredita que é de “braço dado com a ciência” que se constrói projetos de futuro.

A terminar o seu discurso, Matos Fernandes voltou a elogiar o Covidetect deixando uma nova certeza: “A certeza de que aprendemos a ler: sabemos ler. E sem saber ler é de facto impossível construir o futuro”.