Críticos do hidrogénio verde “erraram completamente” em todos os argumentos, disse Ministro

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, renovou a aposta de Portugal na produção de hidrogénio verde, considerando que os críticos desta forma de produzir energia “não acertaram em nenhum dos argumentos. Aqueles que criticaram o hidrogénio, podem lá ter algumas razões, mas não acertaram em nenhum dos argumentos”. O ministro falou, esta terça-feira, durante a apresentação de um projeto de produção de hidrogénio verde em Évora, pode ler-se na Lusa.

Para o governante, os críticos “não acertaram no argumento do preço”, que já tem um “parecido com o do hidrogénio cinzento e com o do castanho”, além de as fontes de energia concorrentes estarem “cada vez mais caras, com o aumento do custo do CO2”. E, continuou, “também erraram completamente quando disseram que isto das energias e dos gases renováveis não parece trazer nada do lado emprego, do emprego qualificado e do investimento português e da tecnologia nacional”.

Matos Fernandes insistiu que os críticos do hidrogénio verde “erraram completamente” e deu o exemplo do projeto “H2 Évora”, da empresa portuguesa Fusion Fuel, que integra dois parques que estão em construção na periferia da cidade alentejana. “Estamos a ver exercícios de tecnologia portuguesa, de coisas inventadas cá, construídas cá, que são exportadas, com muito gosto, para Marrocos e, com o mesmo gosto, para a Austrália e para outros países fora de Portugal”, sublinhou.

O titular da pasta do Ambiente e da Ação Climática disse também, de acordo com a Lusa, não conseguir entender “aqueles que dizem que ‘isto é uma aventura'” e lembrou que, na semana passada, visitou “uma empresa clássica da indústria química em Portugal onde há 40 anos se produz hidrogénio”.  De acordo com o governante, “ainda não é hidrogénio verde, porque está a desenvolver projetos para ter o parque solar que garante a fonte solar como a energia necessária à separação da molécula de água, mas a produção de hidrogénio, a partir da eletrólise, existe há 40 anos”.

Segundo Matos Fernandes, Portugal quer ter em 2030 “5% do hidrogénio verde no consumo final de energia, 15% hidrogénio verde injetado na rede, 50 a 100 estações de abastecimento hidrogénio para o transporte rodoviário, sobretudo, pesados, pelo menos dois gigawatts de capacidade de produção de eletrolisadores, sete mil milhões a nove mil milhões de euros de investimento”.

Nas declarações aos jornalistas, João Pedro Matos Fernandes afirmou que a produção de hidrogénio verde em Portugal “é mesmo possível e já hoje se produz” e considerou “inovador e revolucionário” que o processo seja feito com “tecnologia portuguesa”. Aliás, “é essa mesma tecnologia portuguesa na produção de hidrogénio verde que é fundamental para cumprir os objetivos que o país tem e é fundamental também para alavancar as nossas exportações com essa mesma tecnologia”, salientou.

Matos Fernandes notou ainda que “a produção de gases renováveis em Portugal é essencial” para que o país “cumpra o seu compromisso de neutralidade carbónica e para que seja na Europa um dos países liderantes de um processo que já lidera”. E “o compromisso do combate às alterações climáticas, que é também ele alavancador de um conjunto importante de investimentos que vão criar riqueza, bem-estar e emprego qualificado, nessa área, a Europa é líder e Portugal quer ser líder dentro dessa mesma Europa com tecnologia própria”, rematou.