Delta Cafés assume compromissos sustentáveis e lança primeira cápsula 100% biodegradável

O Grupo Nabeiro – Delta Cafés divulgou esta quarta-feira as estratégias de sustentabilidade até 2025 com a apresentação dos vários compromissos nas vertentes económica, social e ambiental. O evento, que decorreu na Estufa Fria, em Lisboa, contou com a presença do primeiro-ministro António Costa, do ministro da economia Pedro Siza Vieira, do presidente câmara de Lisboa Fernando Medina, assim como do fundador do grupo, Rui Nabeiro.

A apresentação ficou a cargo de Rui Miguel Nabeiro.  Nas palavras do administrador da empresa, as “pessoas, comunidades e o planeta são a chave do futuro sustentável”. A sustentabilidade “não é uma moda: faz parte do ADN da empresa”, assegura. Para provar isso mesmo, o administrador apresentou a nova cápsula de café Delta Q “100% orgânica e biodegradável” com uma validade de 90 dias. Desenvolvida pelo Centro de Inovação do Grupo Nabeiro (a Diverge) em conjunto com parceiros externos e Centros de Investigação nacionais, a nova cápsula é feita de BioPBS, ou seja, é produzida com um material de “base biológica e vegetal” constituído por cana-de-açúcar, mandioca e milho. “É uma cápsula com 0% plásticos, 0% microplásticos e 0% alumínio”, salienta. Rui Miguel Nabeiro adiantou que o primeiro blend da marca “Delta Q eQo” será lançado no segundo semestre de 2019. A embalagem da nova cápsula é feita em cartão totalmente reciclável, com certificação FSC (assegurando que o produto provém de uma floresta gerida de forma sustentável) e impressa com tintas biológicas

Para Rui Miguel Nabeiro, esta nova cápsula não é um “ato isolado” mas, um exemplo das várias ações que estão em marcha, mostrando que o caminho da sustentabilidade é prioritário para o grupo e para todas as suas marcas. Esta é uma “face visível” de “um projeto que começou há dois anos e que não termina aqui”, afirma. O grande objetivo passa, agora, por garantir que, após o lançamento de Delta Q eQo no mercado, continuar-se-á a “investir na pesquisa e desenvolvimento de melhores soluções técnicas” e na “procura dos mais inovadores materiais” para que, até 2025, toda a gama de blends Delta Q possa ser sustentável.

Também o “empreendedorismo” está na agenda da empresa, sendo que esta se encontra disponível para apoiar todos os projetos focados nos princípios da economia circular como é o caso da start up NÃm, um projeto considerado “inovador de transformação de borras de café em cogumelos”.

De acordo com o fundador da NÃm, Natan Jacquemin, o conceito “from waste to taste” (criado em 2018) recorre a um método de aproveitamento simples. A Natureza foi a sua grande inspiração: “Não há lixo e tudo se reconstrói”. O processo de preparação de um café só utiliza 1% da sua biomassa, sendo os restantes 99% considerados desperdício. Mas é na borra que está o grande segredo! Esta parte representa substrato limpo e rico em nutrientes, sendo “um excelente alimento para os cogumelos”. O conceito de “sustentabilidade” é, para o investigador, “fazer tudo aquilo que devemos fazer. Não vamos ter um planeta B”, acrescenta. Neste projeto, o papel da Delta Cafés passa por recolher as borras do café junto dos seus clientes, através de “recipientes próprios, maximizando a eficiência operacional” numa produção mais sustentável.

A manhã ficou também marcada pela assinatura do Protocolo de cooperação com a Associação de Produtores Açorianos de Café (APAC) e a Delta Cafés com validade de 15 anos. Um dos grandes compromissos da empresa passa por “garantir o apoio a 500 cafeicultores em todas as ilhas do arquipélago dos Açores”, sublinha Rui Miguel Nabeiro. Após “duas missões”, onde a Delta levou uma equipa do Brasil para “fazer um levantamento das necessidades” e “perceber se era possível fazer produção em massa de café, o resultado foi positivo”, afirma. No entanto, o responsável destaca que “há ainda um longo trabalho pela frente” e, durante “estes 15 anos, vamos estar no arquipélago”. Quanto ao “compromisso para com as famílias”, a empresa garante que, em primeiro lugar, “investimos no desenvolvimento da produção” e, em segundo, “garantimos que vamos comprar o café. Queremos dar essa tranquilidade a essas famílias”, acrescenta.

O CEO acredita mesmo que este projeto é um “grande contributo” trazendo “valor económico para as comunidades locais”. A região do Açores, que é quase 100% dependente da exploração de bovinos (carne e leite), vai ter um “complemento com a exportação do café”, sendo o único café produzido na Europa. “Vamos ter café 100% português e produzido nos Açores”, destaca.

José Bernardo, presidente da APAC demonstrou um grande entusiasmo com esta parceria “promissora” e que vai contribuir para o “aumento de produção” e para um “maior rendimento de muitas famílias. “Este é o primeiro passo”, afirma. O principal papel da Delta vai ser, ao longo destes 15 anos, apoiar no terreno todas as etapas: “produção, preparação e comercialização do café”, explica Rui Miguel Nabeiro.

Desde 1994 que a Delta está comprometida com práticas empresariais ambientalmente sustentáveis, trabalhando sempre com o objetivo de reduzir o impacto ambiental das suas operações. Das várias ações que estão na agenda do grupo para 2025, o administrador sublinhou que, atualmente, a frota comercial da empresa é 20% elétrica e, em, Lisboa já é 100%. Mas, para 2025, “toda a frota comercial da empresa será 100% elétrica”, ou seja, 101 veículos. Quanto à instalação de painéis fotovoltaicos, a empresa já tem em quatro delegações de norte a sul de país. O compromisso é de, em 2025, “todas as nossas delegações já terão autoconsumo”, sustenta.

A sustentabilidade faz parte da empresa desde sempre, mas Rui Miguel Nabeiro aproveitou a ocasião para destacar que a inovação é um “motor do nosso crescimento. É extremamente importante inovarmos e, ainda este ano, esperamos voltar a juntar-nos para apresentar novos produtos e tudo o que temos vindo a inovar”.

“Conciliar um modelo de crescimento económico com um de sustentabilidade”

O compromisso da Delta Cafés com a sustentabilidade ficou bem patente nesta sessão. Nas palavras do ministro da Economia, “os desafios que hoje enfrentamos devem ser vistos com oportunidades”. A empresa, segundo Pedro Siza Vieira, “é um exemplo de como uma empresa deve implementar um modelo económico sustentável”. Já sobre o país, o governante diz que, nos últimos três anos, Portugal tem sido um bom exemplo. “Estamos com crescimento económico acima da média europeia”, sublinha. Este crescimento está a permitir “criar empregos, subir salários e aumentar a prosperidade e bem-estar para a população”. No entanto, o modelo de crescimento do futuro “não pode ser aquele que assentou e que foi regra no último século” em que se “extrai mais do nosso planeta do que aquilo que repõe”, alerta. Exige-se assim à sociedade que saiba “conciliar um modelo de crescimento económico com um de sustentabilidade”, com a Delta, a demonstrar que estes projetos são “importantes e “devem ser estimulados e apoiados”, sustenta.

As metas estão estabelecidas e a Delta Cafés é uma “empresa que olha para o futuro” e que “está hoje a construir o seu futuro”, diz António Costa. Na sua intervenção, o primeiro-ministro ressaltou os compromissos sustentáveis da empresa como exemplo de que “tudo é possível graças ao investimento do conhecimento” resultando assim na “inovação”. Mas a “inovação” precisa de ser todos os dias dinamizada. Para António Costa, são importantes as parcerias das grandes empresas, como a Delta, com aquelas que estão a acrescer (start ups). O primeiro ministro de Portugal avalia a empresa de Campo Maior como um “exemplo de confiança, compromisso e de investimento para a construção do futuro”. Hoje, a economia portuguesa está em crescimento e, para o responsável, as razões são óbvias: “É precisamente este investimento das empresas que fazem a economia crescer”. António Costa mostrou-se agradado pois a Delta “não está sozinha no país” e “há mais empresas que também acreditam, confiam e investem no futuro”.