“Desde que estou no setor dos resíduos não vi um plano estratégico a ser cumprido”

O encerramento do European Packaging Waste Meeting ficou a cargo da CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, que afirmou que este evento tratou uma “agenda incontornável para o nosso futuro, para o nosso ambiente, para a sustentabilidade e para a economia circular”.

No momento em que a reciclagem de resíduos de embalagens estagnou em Portugal, fica evidente que o país está longe de cumprir as metas a que se comprometeu nesta matéria. Ana Trigo Morais relembrou que em território nacional ainda se envia 54% de todos os resíduos urbanos para aterro e que o país se comprometeu, até 2035, reduzir este valor para apenas 10%.

“A questão de resíduos tem de ser vista na perspetiva integrada e colaborativa”

Neste sentido, apontou a necessidade de sistemas de recolha e de triagem eficazes, havendo “muitas deficiências para corrigir”, e ainda a importância de apostar na colaboração, na tecnologia, na inovação, na literacia e na transparência, de forma a inverter a tendência de estagnação acima mencionada.

“Esta conferência acontece numa altura em que a União Europeia está perto de aprovar um novo regulamento sobre embalagens e resíduos de embalagens. É mais um passo no caminho inovador que a Europa traçou para atingir metas ambientais muito ambiciosas, mas não basta a legislação”, alertou a CEO da SPV, que acrescentou ainda: “desde que estou no setor dos resíduos não vi um plano estratégico a ser cumprido”.

“Na Sociedade Ponto Verde sempre defendemos um ciclo mais transparente em toda a cadeia de valor” dos resíduos urbanos